Roteiro básico para tentar entender como algumas famílias reagem ao receber a notícia de que a filha pré-adolescente está grávida. (Não se trata de ficção, mas de fatos extraídos de reportagens publicadas pelo Intercept, conhecido pela independência e seriedade na divulgação de suas matérias).
A menina tem apenas 13 anos. O suspeito estuprador, 24. Os coadjuvantes: a Justiça de Goiás, que acatou o pedido do pai da garota para não realizar o aborto – que pode ser realizado, pela Lei, até 18 semanas da gravidez.
Lúcia (nome fictício usado pelo Intercept) não desejava ter um filho gerado pela violência, mas valeu o pedido de seu pai.
Acontece que ela, agora, não está mais com 18 semanas de gestação, e assim ameaça realizar a interrupção por conta própria.
Tem exemplos para tomar esta decisão: a maioria das famílias com grana faz o aborto de suas filhas por conta própria, quando ocorre um imprevisto (?) como este.
Em compensação, quando se trata de outras filhas, preferem fingir que tudo está caminhando em seu ritmo normal – e, se precisar, até saem em manifestações de rua clamando pelo direito à vida. Dos outros.