A família e os amigos de Pedro Alves lotaram à igreja São José Operário (604 Norte), na quinta-feira (11), para a missa de sétimo dia do ex-presidente do Instituto de Peritos do Distrito Federal (Inpecon). Ele faleceu na sexta-feira (5) e seu corpo foi sepultado no sábado (6), no Campo da Esperança, na Asa Sul.
Alves, de 88 anos, sofreu uma parada cardiorrespiratória na UTI do hospital Santa Lúcia, da Asa Norte, durante a recuperação de uma cirurgia para correção de um marcapasso cardíaco.
Natural de Estrela do Sul, no Triângulo Mineiro, ele chegou em Brasília em 1960. Dois anos depois, casou-se com a agora viúva Lindalva Arruda Alves, com quem teve cinco filhos (Elen, Elmir, Elmo, Elton e Erlene).
Contador de “causos”, Pedro Alves sempre gostou de viajar. Seu passeio preferido era para as pescarias com os amigos no rio Araguaia, em Goiás. Fundou a empresa Scala Contadores e Auditores, hoje dirigida pelos filhos Erlene e Elton.
Exemplo
Pedro Alves autointitulava-se “piotário” – pioneiros que, na definição dele, saíram do sossego de suas cidades de origem dos mais diversos cantos do Brasil para “sofrer e comer poeira” na construção da Nova Capital.
Pai, marido, avô e, principalmente, companheiro dedicado, o “piotário” apreciador de bons vinhos participou da fundação do Rotary Club de Brasília, foi presidente do Instituto de Peritos do DF (Inpecon) e participou de outras instituições de seu ramo de atividade profissional.
Torcedor fervoroso do Santos Futebol Clube, sabia de cor a escalação do super time comandado pelo Rei Pelé na década de 1960. Leitor voraz de livros e jornais, sensibilizou a todos que o conheciam quando, em 2018, aos 82 anos, se formou em Direito pela UDF,
“Ele será sempre lembrado como uma pessoa do bem e um exemplo para todos da família”, diz a neta Luiza, formada em Comunicação Social pela UnB. “Meu avô foi um modelo de seriedade e determinação na busca de seus objetivos de vida”, completa o médico Lucas Arruda Queiroz.
A empresária e filha única de outro casal pioneiro (Antônio Correia e Maria Elza, já falecidos) Tatiana Barros, dona de um armarinho e criada na mesma rua onde Pedro Alves morava com a família no setor QSA de Taguatinga, lamentou a morte.
“Ele me deu uma segunda família e me ensinou o prazer de descobrir coisas novas neste mundo, como minhas primeiras viagens para as praias do Sul da Bahia. Perdi hoje meu segundo pai”, lamentou.