Os candidatos que apoiam aquele acusado de roubar joias recebidas de sauditas e colocá-las no acervo pessoal – em vez de encaminhá-las à União – estão numa enrascada daquelas que costumam derrubar quem estiver pela frente. Ou na retaguarda!
Ao mesmo tempo em que não desejam se desvencilhar do acusado pela Polícia Federal, eles também não querem assumir, em suas campanhas, a defesa do suspeito.
Fato é, no entanto, que fica difícil, numa campanha municipal – dizem os marquereiros – defender um colega de surrupiar dinheiro público em benefício próprio.
Ladroagem, em maior ou menor grau, todo mundo sabe o que é.
Este dilema está incomodando alguns candidatos ao cargo de prefeito nos 5.568 municípios do Brasil, cada um deles representando, além do chefe do Executivo, mais um tanto de vereadores.
(Só no país das Geraes, pródigo em criar e dividir comarcas, são 853. Muitos, não lhe parece?)
Aguardemos os especialistas fazerem um apanhado dos prós e dos contras da adesão – ou não – dos candidatos apoiados pelo futuro réu que se propuseram a encarar essa feitiçaria.
Em situações semelhantes, uma avó muito antiga diria: “Vai uma no cravo, outra na ferradura”.