Houve quem se manifestasse somente nas redes. Porém, foi o barulho vindo das ruas o que determinou o recuo – sine die, ou às calendas – para colocar em regime de urgência a PL do Aborto. (O presidente da Câmara levou à aprovação, em poucos segundos, de tal manobra para colocar em prática a sórdida proposta de criminalizar mais a vítima do estupro do que o autor).
É bom notar que, mesmo os jornalões – que alimentam de forma quase suicida a importância das redes –, consideraram que os protestos com cartazes e gritos de repulsa que tiraram o inqualificável projeto da pauta. (Projeto que ratifica, em todas as suas linhas, que a culpada pelo estupro é a própria vítima, como se crianças de doze anos tivessem como reagir aos tios, primos ou pais agressores).
O que isso significa, no meu limitado entendimento? Simples: mais vale uma gritaria nas ruas do que meio milhão de assinaturas num abaixo-assinado virtual que não vai convencer nenhuma autoridade do erro que está cometendo.
Nessa história toda, o que surpreende é o fato de as manifestações de rua terem sido abandonadas – e entregues de mão beijada para o pessoal que gosta de uma Bíblia intepretada a seu gosto, uma arminha na mão de cada pessoa – e castigo total às mulheres vítimas de estupro.