Por ser tombada, Brasília deveria ter mais cuidado com as aparências de certos projetos de lei que pretendem uma coisa sub-reptícia – tal e qual os cavalos de Troia dos computadores – que podem modificar drasticamente a paisagem da cidade.
A comissão instalada para analisar, opinar e preservar o conjunto urbanístico do Plano Piloto deve se manifestar oficialmente sobre tais matérias.
No momento, é importante observar os cuidados a serem tomados em relação a projetos como o que coloca em risco outras áreas tombadas, como os Lagos Sul e Norte, Cruzeiro e Candangolândia.
É um perigo essas invasões da publicidade servirem de exemplos para novas ocupações. Mas ocorre sempre nesses casos, quando não se cuida do que o DF tem de mais expressivo no cenário mundial: a maior área urbana tombada em todo o planeta.
Só isso.
Perigo maior: e se a Unesco entra na conversa e resolve que os marcos históricos de urbanismo e arquitetura, representados pela cidade, não estão mais valendo para a instituição? Com que cara ficariam os autores do projeto de lei e as entidades que cuidam do patrimônio histórico de Brasília?
Pergunta pertinente.