Eduardo Monteiro
Perto de completar 165 anos de sua publicação, o livro “A Origem das Espécies”, no qual Charles Darwin formulou a base da teoria da evolução pela seleção natural, a obra ainda é muito discutida.
“Um erro muito comum é pensar que ‘viemos dos macacos’. Esse erro faz com que muita gente negue a teoria da evolução”, afirma o paleoantropólogo espanhol José María Bermúdez de Castro. “Deveríamos refletir sobre a nossa relação próxima com esses primatas, nossos primos em primeiro grau”, completa.
Independentemente de qualquer vínculo genético, as relações homem e animais – não só com o primo macaco –, datam de tempos imemoriais. É plenamente aceito pela ciência que os seres humanos possuem uma conexão emocional inata com as demais espécies da Terra.
Saindo do campo acadêmico e chegando ao dia a dia, vemos a todo instante vestígios dessa afinidade arraigados em nossa cultura popular. Para citar apenas alguns, quem nunca ouviu e/ou disse: “macacos me mordam”, “cada macaco no seu galho”, “deixe de macaquice”?
Mudando de macaco para mico – não o que se refere à mancada –, mas àquele macaquinho simpático que anda sempre por aí pelas árvores das superquadras e parques de Brasília, ou no cerrado em volta, sempre em grupo, despertando a atenção e cativando as pessoas que os avistam, falemos de uma inusitada e emocionante história que durou oito anos.
A psicóloga e escritora Elisa Grosner escreveu uma belíssima obra que relata momentos incríveis da convivência em seu quintal com uma família de micos-estrela. “Enquanto fazíamos nossas caminhadas pela vizinhança, ouvíamos, com frequência, o assobio de micos-estrela que viviam naquelas árvores e ficávamos sonhando que uma família pudesse nos visitar. Um dia, inesperadamente, eles chegaram. Utilizando a técnica de ‘aproximação sucessiva’, conseguimos que eles, gradativamente, perdessem o medo de ficar perto de nós”, conta Elisa.
“Um sobrinho meu, que mora no Canadá, chegou a fazer uma live para a turma dele da escola. A transmissão foi um sucesso! As pessoas sempre perguntavam sobre eles, e nós, habitualmente, tínhamos histórias diferentes para contar das descobertas e aprendizados que aquela família nos proporcionava. O registro em um livro dessas aventuras tem a finalidade de disponibilizar os conhecimentos e as incríveis experiências para mais pessoas. São muitas passagens, umas muito divertidas, outras mais reflexivas, mas todas surpreendentes e emocionantes”.
O livro “Crônica de uma Mico-Estrela” está sendo avaliado para inclusão no currículo escolar, e será lançado em setembro, na Semana de Defesa da Fauna, ainda sem local definido.
SERVIÇO
- Título: Crônica de uma Mico-Estrela
- Autora: Elisa Grosner
- Editora: Independente
- 90 páginas
- Lançamento oficial: setembro/2024
- ISBN: 978-65-00-7653-1
Sobre a autora Maria Elisa Fonseca Grosner é psicóloga, formada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), vive em Brasília há 50 anos. É especialista em Psicologia Clínica e mestra em Psicologia do Desenvolvimento pela UnB.