Walberto Maciel
Maria José da Silva Martins, ou simplesmente tia Maria, como era conhecida pelos alunos, servidores da UnB e por todas as pessoas que ela atendia no Bloco de Tecnologia e Minhocão, trabalhando nos serviços gerais, faleceu na sexta-feira por volta das 21 horas em sua casa ao lado de seu marido. Ela esteve internada por 30 dias em um hospital do DF tratando de um processo infeccioso grave, que começou com um problema de água no joelho, e acabou levando-a à morte.
Tia Maria era terceirizada como auxiliar de serviços gerais na UnB desde 1990. Não tinha um serviço que ela achasse complicado ou difícil de fazer. Estava sempre pronta e até os “servicinhos” que pediam a ela entre uma atividade e outra cumpria com alegria e sorriso no rosto. Os “servicinhos” que ela adorava atender era pegar um lanche para um professor, levar uma chave até o outro bloco, mesmo que ficasse do outro lado do campus, entregar uma chave para alguém no estacionamento, isso tudo além do que ela resolvia por conta própria, como
dividir sua marmita com estagiários, alunos e até professores que haviam esquecido sua comida em casa, tia Maria estava sempre ali, observando e driblando as dificuldades das pessoas correndo de um lado para outro, mas sempre, sempre com um sorriso no rosto.
Tratava todos bem, independente de quem fosse, sempre atendia com a mesma atenção. Todos admiravam a sua energia e principalmente a sua humildade. Alguns alunos até brincavam, diziam que tia Maria era a professora da Faculdade de Humildade.
Filho – Seu único filho, Tiago da Silva Martins estagiou na UnB e ficou impressionado com o quanto sua mãe era querida por todos “Foram 60 anos bem vividos com muito amor e dedicação. E uma lição de lealdade e honestidade sem tamanho”, afirma Tiago.
Chegada em Brasília – Nascida em Barras/Piauí passou a infância e parte da adolescência em Fortuna/MA, de onde veio para Brasília numa caravana, com 12 anos de idade. Em 1975 começou a trabalhar em casas de família até 1990, quando iniciou sua Jornada na UnB e conheceu o grande amor da sua vida, o pai de Tiago, Gerivaldo Ferreira Martins.
Em 1998 engravidou, mesmo ano que em sofreu um acidente de carro, no eixão norte, ficou internada por algumas semanas com perda de memória e outras complicações…
Logo recuperou-se e voltou às atividades até o ano de 2024, na UnB, onde iria se aposentar e infelizmente veio a falecer.
“Minha mãe era uma mulher guerreira que apesar de tantas doenças como artrite reumatoide, reumatismo, diabete e hipotireoidismo, nunca perdeu a esperança na vida e no trabalho duro.
Seus ensinamentos se baseiam em humildade, lealdade, confiança, trabalho duro, amor ao que faz, espiritualidade e cuidado constante à família”, concluiu, Tiago ao lado de sua mulher Nathália.