Carnavalescos – sejam eles celebridades ou famosos (há uma diferença entre os dois), desconhecidos, influencers, BBBs –, tentaram explicar na TV o que vem a ser o período momino: não para consumo próprio, mas para a multidão que entope os circuitos baianos, cariocas, paulistas, recifenses, fortalezenses, brasilienses etc. e tal.
Hoje calados, de ressaca. Alegria, arrependimento ou preguiça, você não ouvirá suas explicações. Assim, por puro exercício retórico, procuro uma fala indiscutível sobre o carnaval, para que nos próximos reinados de Momo nos aproximemos o mais possível de sua realidade avassaladora – aqui, no sentido definido pelos dicionários: tornar alguém vassalo.
Não é exagerado, o adjetivo. Em vários refrões, a gente ouve o desengano do pierrô com a colombina, ou alguma rima pobre lamentando a sofrência.
Distanciado pós Quarta-Feira de Cinzas, me lembro de um verso do Chico Buarque, que, pra mim – e até descobrir outra melhor – é a definição precisa da Folia: – Uma ofegante epidemia que se chamava carnaval.