O governo federal pretende inaugurar, até 2026, mais 100 campi dos institutos federais (IFBs) em todo o País. Os detalhes da expansão ainda serão definidos, mas o DF deve ganhar dois – em Sobradinho e no Sol Nascente. A capital já conta com 10 campi do IFB. A estimativa é de que 70 mil jovens sejam beneficiados com essas escolas.
Os dois futuros campi ainda não foram oficialmente anunciados pelo presidente Lula, mas já há, pelo menos, duas parlamentares disputando a maternidade dessas escolas federais.
No dia 24 de janeiro, a senadora Leila do Vôlei (PDT), vice-líder do governo no Senado, postou um vídeo, ao lado do ministro Alexandre Padilha, da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, afirmando estar encaminhando os projetos técnicos para a implantação dos IFBs.
“Conseguimos incluir o projeto de construção de dois campi do IFB na lista de obras do PAC. O governo federal prepara o anúncio da construção de 100 campi em todo o Brasil, dentre eles um em Sobradinho e outro no Sol Nascente. Estes novos campi serão essenciais para mais de 70 mil jovens e adultos em busca de formação profissional, preenchendo uma necessidade educacional urgente”, escreveu Leila. Padilha afirmou que a senadora é “a grande defensora da Educação no DF, embaixadora e porta-voz dos pleitos do DF”.
Oito dias depois, a deputada Erika Kokay (PT), acompanhada dos distritais petistas Ricardo Vale e Gabriel Magno, também foi ao gabinete de Padilha. “Estivemos na Secretaria de Relações Institucionais para reivindicar, junto ao ministro Padilha, mais dois campi dos IFBs para o DF, um para o Sol Nascente e outro para Sobradinho. Seguimos na luta para que essa expansão chegue para todas as partes do DF”. Também em um vídeo, Padilha disse que “a grande Erika” é a “embaixatriz do DF no Congresso Nacional”.
Padilha pode ter escorregado no português vai ter que tocar um dobrado para arrumar a casa. Pelas regras da norma culta da língua Portuguesa – conjunto de regras e padrões linguísticos que definem o correto falar e escrever do idioma –, “embaixatriz” – como ele denominou Erika – é a esposa de um embaixador, não tem funções executivas. Já a categoria de embaixadora, atribuída a Leila, é quem tem a prerrogativa de chefiar a missão, de efetivamente agir. Certamente vai gerar ruídos.
Além disso, nas palavras do ministro, o campo de ação de Erika se limitaria ao Congresso. Já para Leila, ele não fixou limites territoriais. As duas parlamentares da base do governo Lula têm projetos que podem se cruzar em 2026. Tanto para uma cadeira no Senado quanto para o Palácio do Buriti. Assumir a maternidade de projetos importantes como as duas escolas conta para o currículo eleitoral. Até lá, novos projetos, como o trem de passageiros, que o governo federal pretende implantar, vão ser alvo de disputas entre as duas. Padilha que abra o olho.
Leia mais acessando o link