Com o início, este mês, da rota BH-Santiago, o terminal de Confins passa a contar com sete destinos para o exterior, ultrapassando o de Brasília, que tem seis, e assume o terceiro lugar no ranking dos maiores do País em número de voos internacionais. E já estão previstas duas novas conexões com Buenos Aires para o início de 2024, uma pela Gol e outra pela Flybondi.
O secretário de Turismo, Cristiano Araújo, discorda da métrica usada na avaliação dos aeroportos. Diz que o JK oferta 38% a mais de assentos, mesmo tendo um destino a menos. “Brasília tem 26% mais pousos e decolagens internacionais do que Belo Horizonte”, afirma.
Desde 2019, o DF caiu de dez para seis destinos internacionais. Mas o cancelamento de rotas começou antes, em 2016, com destaque para o fim dos voos da Air France para Paris e da Latam para Miami e Orlando, consequência da compra da Tam pela chilena Lam. Na ocasião, uma anunciada conexão com Santiago, pela Lam, foi deixada na gaveta. Preferiram concentrar os voos em São Paulo.
Pandemia – No ranking nacional, o JK é o terceiro maior aeroporto do Brasil em termos de movimento de passageiros, a maior parte em voos domésticos. De janeiro a junho, operou 70 mil pousos e decolagens, com 7,2 milhões de pessoas.
Os indicadores, contudo, ainda são 10% menores em comparação àqueles aferidos no mesmo período de 2019. A pandemia afetou o desempenho de Brasília, que chegou a perder 52% da sua performance pré-covid e ainda não conseguiu se recuperar totalmente.
Desativação da Pampulha bomba Confins
Em sentido contrário, Confins, com a desativação do terminal da Pampulha, passou a captar mais empresas e novos voos. A Azul fez do Tancredo Neves seu ponto de partida para os Estados Unidos e Curaçao, no Caribe. De Brasília, ela não opera nenhum voo internacional.
A colombiana Avianca, que até 2013 interligava Brasília a Bogotá, agora o faz por BH. Tap e Copa operam nos dois terminais com os mesmos destinos, e o JK ainda conta com uma frequência da Aerolíneas Argentina, interligando as capitais brasileira e portenha. A Latam sai de Brasília para Lima, e de BH para Santiago, no Chile. Já a Gol atende seus dois destinos na Flórida a partir de Brasília.
Prejuízos – Mais de 4,020 milhões de turistas internacionais visitaram o Brasil de janeiro a agosto de 2023. Argentina, EUA, Paraguai e Chile são as principais origens desses viajantes que entram, pela ordem, via São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.
O GDF informa que 18 mil estrangeiros visitaram Brasília no mesmo período. Mas grande maioria chegou ao País por outra porta de entrada. A fatia candanga é de ínfimos 0,44%. Esse fraco desempenho impede que o DF aufira parte do que os turistas estrangeiros injetam na economia nacional. De janeiro a maio, foram US$ 2.721 bilhões (cerca de R$ 13 bilhões).
A perda de espaço nas rotas aéreas internacionais não causa prejuízo apenas no desconforto do viajante, que para chegar ao seu destino se vê obrigado a fazer conexões, muitas vezes demoradas. Ela impacta diretamente na economia, em especial, na geração de emprego e renda.
Um turista estrangeiro gasta, em média, de US$ 500 a US$ 700 por dia, cinco vezes mais do que o brasileiro, informa Luís Otávio Neves, presidente do SindEventos. “Ele gasta com estadia, alimentação, mobilidade e consumo. Cada hospedagem num hotel gera três empregos formais”, detalha.
Operação complexa – O secretário de Relações Internacionais do DF, Paco Brito, diz que abrir um novo voo é uma operação muito complexa. Mas garante que a situação deve mudar. “Estamos com diversos voos entabulados para América do Sul, África e América Central. Logo teremos novidades”.
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