Patrões aceitam reajustar salários e benefícios dos rodoviários. Para haver acordo, o governo confirmou o aumento do subsídio – dinheiro do contribuinte – às empresas a partir de setembro
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Depois de três dias parados, prejudicando 1,2 milhão de usuários, os rodoviários encerraram a greve na noite de ontem. Passageiros que, desde segunda-feira, ficaram reféns do transporte pirata vão ter o serviço normalizado a partir de hoje. A promessa é do Sindicato dos Rodoviários, que garante a volta ao trabalho de todos os 12 mil empregados. A frota das cinco empresas operadoras do sistema no DF é de 2.691 veículos. Todos deixaram de circular, como forma de pressão da categoria para conseguir reajuste salarial de 20%, além de aumento de 30% no tíquete-alimentação e na cesta básica. Mas, após contraproposta dos trabalhadores de acréscimo de 10% nos salários e de 11% na cesta básica e no tíquete-alimentação, as empresas concordaram em atender à reivindicação. Para se chegar a um acordo, no entanto, o governo teve de reajustar a tarifa técnica repassada às concessionárias do sistema de transporte. O valor de subsídio, que era de R$ 40 milhões, crescerá 8,75% e chegará a R$ 43,5 milhões. Apesar do gasto maior, a Secretaria de Mobilidade afirma que, por enquanto, não haverá aumento de passagem para o usuário.
Na volta para casa, na noite de ontem, o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Jorge Farias, garantiu apenas de 20% a 30% dos ônibus em circulação. O motivo era uma assembleia da categoria no Museu Nacional da República. Em razão do encontro, a maioria dos empregados estava no centro da capital e não nas garagens das empresas. “Não conseguimos normalizar o sistema hoje (ontem) por completo porque os trabalhadores ainda estão no Plano Piloto. Só os que estão nas portas das garagens conseguem sair com os ônibus, mas não chega a muito. Amanhã (hoje) pela manhã, 100% da frota estará em circulação”, disse. Ele ainda afirmou que a categoria não aceitará o desconto das horas não trabalhadas em função da greve.
Para pôr fim à paralisação, o GDF sentou à mesa de negociação, mas os R$ 3,5 milhões a mais de tarifa técnica só começarão a ser pagos às empresas a partir de setembro, porque é o mês de data-base entre as concessionárias e a gestão pública. O secretário de Mobilidade do DF, Carlos Tomé, afirmou que o aumento no subsídio não vai gerar, por enquanto, reajuste na passagem. “Todo e qualquer aumento que seja dado aos rodoviários impacta direta e automaticamente na tarifa técnica. Não está nos nossos planos fazer um reajuste do preço de passagem agora. Essa hipótese está descartada”, garantiu.
Tomé explicou que o aumento dos subsídios oferecidos às companhias já estava previsto nos levantamentos orçamentários da pasta. “Como sabemos desde o começo do ano que, em setembro, haveria esse reajuste na tarifa técnica, isso já estava previsto.”
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