Birdman se consagrou como o grande vencedor do Oscar 2015, na madrugada desta segunda-feira (23/2), levando quatro importantes prêmios. O longa ganhou a estatueta por Melhor filme e Fotografia. O mexicano Alejandro G. Iñárritu ainda abocanhou as categorias de Direção e de Roteiro original. “Os Estados Unidos foram construídos com o suor dos imigrantes”, falou enfaticamente ao receber o troféu. O cineasta também defendeu a flexibilização das leis de imigração – em um discurso de agradecimento feito para rebater Sean Penn que, momentos antes, anunciou o vencedor com uma \”piada\” de mau gosto: \”Quem deu o visto para esse cara?\”.
- Advertisement -
Esta edição, aliás, ficou marcada por discursos de agradecimento politizados. Patricia Arquette, ganhadora do prêmio de melhor atriz coadjuvante, por Boyhood, defendeu a igualdade de gênero. “Essa é a hora de ter salários e direitos igualitários para todas as mulheres dos Estados Unidos”, falou emocionada. A plateia ovacionou. J.K. Simmons, vencedor de ator coadjuvante porWhiplash, que sugeriu a todo mundo falar “eu te amo” com mais frequência.
Outro discurso emocionante foi o de Graham Moore, ganhador do Oscar Melhor roteiro adaptado por O jogo da imitação. Ele contou, no palco, que tentou se matar quando adolescente. \”Continue estranho e, quando você estiver em uma posição de poder, passe a mensagem de igualdade para frente\”, disse emocionado o autor do roteiro que contou a história de Alan Turing, gênio da matemática que se matou por ser homossexual. Ellen Goosenberg Kent e Dana Perry, vencedoras na categoria de Documentário de curta-metragem, com Crisis Hotline: Veterans Press 1, também levantaram a discussão sobre o suicídio, pedido para as pessoas debaterem esse assunto mais abertamente.
Não houve grandes surpresas na distribuição de prêmios: Eddie Redmayne levou o título de melhor ator por A teoria de tudo e Julianne Moore se consagrou como a melhor atriz da temporada, pela atuação de Para sempre Alice. Foi a primeira vez que a dupla faturou o prêmio – Moore já tinha sido indicada cinco vezes.
Show morno
As duas horas e meia de cerimônia tiveram um tom morno. O apresentador Neil Patrick Harris tentou conquistar a plateia, mas não engatou nenhuma piada memorável. O ponto alto do comediante foi quando subiu ao palco apenas de cueca, imitando uma cena do filme Birdman. Ele também arrancou algumas risadas no final, com uma esquete sobre as suas previsões do Oscar.
As apresentações musicais roubaram a cena. John Legend e Common cantaram Glory, música que escreveram – e ganharam o Oscar de Melhor canção original – para o filme Selma. Vários convidados choraram e David Oyelowo chegou a soluçar de emoção.
Lady Gaga, usando um belíssimo vestido de Azzedine Alaia, conquistou o grande momento da noite: levou Julie Andrews às lágrimas quando cantou as músicas The Sound of Music, My Favorite Things e Edelweiss do filme A noviça rebelde. Neste ano, o Oscar que a atriz ganhou pelo filme, comemora cinquenta anos.
Confira lista completa:
Melhor ator coadjuvante: J.K. Simmons, de Whiplash
Melhor animação: Operação Big Hero
Melhor curta de animação: Feast
Melhor efeitos visuais: Interestelar
Melhor edição de som: Sniper americano
Melhor mixagem de som: Whiplash
Melhor curta-documentário: Crisis Hotline: Veterans Press 1
Melhor curta-metragem: The phone call
Melhor filme estrangeiro: Ida
Melhor cabelo e maquiagem: Grande hotel Budapeste
Melhor figurino: Grande hotel Budapeste
Melhor atriz coadjuvante: Patricia Arquette, de Boyhood
Melhor design de produção: Grande hotel Budapeste
Melhor fotografia: Birdman
Melhor montagem: Tom Cross, de Whiplash
Melhor documentário: CitizenFour
Melhor canção original: John Legend e Common, por Glory, de Selma
Melhor trilha sonora: Grande hotel Budapeste
Melhor roteiro original: Alejandro G. Iñárritu, Nicolás Giacobone, Alexander Dinelaris, Jr. e Armando Bo, de Birdman
Melhor roteiro adaptado: Graham Moore, de O jogo da imitação
Melhor diretor: Alejandro G. Iñárritu, de Birdman
Melhor ator: Eddie Redmayne
Melhor atriz: Julianne Moore
Melhor filme: Birdman, de Alejandro G. Iñárritu