Desde o primeiro dia de pré-temporada do Corinthians, ainda nos EUA, Tite insistiu em treinos com bola e trabalhos táticos que fizessem o time se entrosar rapidamente e ficar pronto para a difícil primeira fase da Taça Libertadores. Pouco mais de um mês depois e com o Once Caldas para trás, o Timão estreou na fase de grupos, jogou muito bem contra o rival São Paulo, venceu por 2 a 0, nesta quarta-feira, e fez o técnico se sentir orgulhoso do início do trabalho.
Sem individualizar as atuações dos jogadores, Tite deu um panorama geral do que pode ser a chave desse novo Corinthians. Menos papo, mais trabalho.
– Não é conversa, é treino. Acredito mais na ação do que no falar. Sou formado na PUC de Campinas, trabalhei como comentarista porque tinha de sustentar a família, então aprendi um pouquinho a falar. Mas não é isso, é o treinamento. Digo para os atletas treinarem forte. Se treinar bem, não sente o ritmo do jogo. A única diferença é o emocional, a pressão. Mas confio mais no treinamento dos atletas – afirmou o comandante.
Contra o São Paulo, pesaram também a rápida troca de passes entre os meias e o domínio sobre o rival na maior parte do jogo.
– Jogos importantes, dessa grandeza, você não domina o tempo inteiro. Tivemos dois terços do jogo superiores. No momento em que não fomos superiores, não demos infiltração ao adversário. O time tem de saber sofrer também. Você não vai dominar o tempo todo. Essa consciência dos atletas associada a uma exigência e cobrança… Em alguns jogos deixamos de infiltrar e jogar, e por isso sofremos demais. Hoje mantivemos um padrão – elogiou o técnico.
Líder do Grupo 2 da Libertadores, com três pontos somados, o Corinthians volta a campo pelo torneio apenas daqui a duas semanas, contra o San Lorenzo, em Buenos Aires. Pelo Campeonato Paulista, o time pega o Ituano, neste domingo, fora de casa.
Veja os principais tópicos da coletiva do treinador corintiano:
Treino fechado de Muricy deu errado?
– Os técnicos são muito expostos, é muito fácil falar. Se faz e dá certo, deu nó. Se faz e não deu,
não deu. Cada um tem sua realidade, não estou querendo defender nada… Dei um abraço no Muricy, sabemos o quanto é prazeroso, mas também o quanto esse trabalho expõe nossa saúde. Cada um tem sua forma de trabalhar.
Melhores do jogo
– O conjunto abraçou a metodologia desde o primeiro treinamento. Com o bom desempenho no início da temporada, adquirimos confiança. Construímos e merecemos o resultado. Os dois jogadores de lado têm funções muito importantes na equipe, Sheik dá velocidade, Jadson dá armação. Os três meio-campistas centrais, principalmente Elias e Renato Augusto fazem esse vai e vem.
Atuação de Jadson
– Dividimos as ações de quatro de meio mais um na frente para infiltração e criação. Nisso, tem hora que aparece Elias, Jadson, Renato, Emerson… Às vezes. um é o assistente, o outro é finalizador. Jadson tem pé de pano, pé de pelica, o domínio é com uma qualidade muito grande. Ganso é assim também. Maicon é assim…
Jogos contra o Once Caldas deram força?
– Tudo na vida tem dois lados. Tudo te traz benefícios e pesos. Corremos um risco muito grande de ficar fora da Libertadores. Ao mesmo tempo, bom desempenho e bons resultados nos prepararam emocionalmente para a grandeza do jogo (contra o São Paulo).
Força da arena
– Quando o torcedor joga junto, te empurra para dentro do jogo. As arenas têm essa característica. O jogo contra o Palmeiras foi assim, o som bate e volta, na arena do Grêmio também… Tem de ter um nível de concentração alto.
Erro de arbitragem
– Não quero responder declaração dos outros. Já vi o lance e tenho minha opinião, mas não quero colocar.
Ideia de futebol
– Acredito em trabalho, em talento e em comprar uma ideia. Nossa ideia de futebol é de triangulação, troca de passes, o São Paulo também tem essa qualidade, é um time muito fino. Estamos treinando para buscar essa intensidade alta.