O aumento do preço dos combustíveis afeta o bolso e a paciência dos brasileiros. No DF, os postos reajustaram o valor em até R$ 0,60 por litro e, por tabela, ainda obrigam os consumidores a peregrinar pela cidade em busca de gasolina e etanol mais baratos. A reoneração dos impostos federais é o principal fator que explica a alta, mas não o único.
Na terça-feira (28), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que a gasolina subiria R$ 0,47 e o etanol, R$ 0,02. A justificativa da equipe econômica é que a volta do PIS/Cofins sobre os combustíveis será determinante para manter a arrecadação prevista de R$ 28,8 bilhões em 2023.
A preocupação fiscal por parte do governo Lula é fruto de uma herança maldita deixada por Jair Bolsonaro (PL). O ex-presidente, sem mexer diretamente na política de preços, zerou os impostos federais sobre gasolina, diesel e gás de cozinha para fins eleitoreiros.
A reeleição não veio, e quem deu as caras foi a inflação. Além disso, deixou estados e governo federal sem recursos para investimentos. Agora, a missão de Lula e Haddad é arcar com o ônus político e repor em caixa as renúncias fiscais do governo anterior.