Ao completar 43 anos de fundação na semana passada, o Partido dos Trabalhadores chega à sua Bodas de Azeviche como a maior força partidária do DF, com cerca de 32 mil filiados. Apenas os petistas com carteirinha já são suficientes para eleger um deputado distrital.
Há quatro anos, quando se iniciava o governo de Ibaneis Rocha (MDB), o PT era a terceira força partidária em Brasília. Perdia para o PSDB e para o MDB. Em 2020, mesmo derrotado nas eleições de 2018, o PT superou os adversários e se manteve até aqui como o maior partido do DF.
Essa força, contudo, não tem representado os êxitos eleitorais desejados. Desde 2010 não consegue eleger o titular do Palácio do Buriti e o último senador eleito com o 13 na lapela foi o ex-governador Cristovam Buarque, em 2002.
Em épocas passadas, era comum o PT fazer grandes bancadas – em 1998, chegou a eleger cinco dos 24 distritais – e ainda trazer de carona deputados de outras legendas de esquerda. Assim foi com Rodrigo Rollemberg (PSB), Agnelo Queiroz e Miqueias Paz (quando eram do PCdoB) e Augusto Carvalho (então PPS), dentre outros. Hoje, muitas dessas legendas passaram a caminhar sozinhas ou com outras parcerias.
Costelas petistas
O PT ainda sofreu processos de cisão interna em que costelas de sua militância deram vida ao PSTU, PCO e, mais recentemente, ao Psol. Também a Rede, de Marina Silva, se valeu, em parte, da força dos ambientalistas petistas que não viam, no passado, terreno fértil para germinar ideias preservacionistas.
Além disso, individualmente, perdeu importantes e históricas lideranças, como Cristovam Buarque, Maria José Maninha e Wasny de Roure, que desfalcaram a linha de frente do partido. Esses nomes eram importantes puxadores de votos. Se elegiam e ajudavam a eleger outros. Para o ex-deputado Geraldo Magela, cujo nome foi preterido para disputar o GDF ano passado, a disputa interna das correntes tem prejudicado o partido.
“Infelizmente, o PT-DF passou a ser dirigido, nos últimos tempos, com a lógica de fortalecer apenas uma parte do partido. É uma lógica errada, que fortalece apenas algumas lideranças, mas enfraquece o partido como um todo. O erro é de quem é maioria interna hoje. Na eleição passada, pela primeira vez na história, o PT não teve candidatura petista para o GDF. A militância sentiu isso! Este é o resultado da contradição: crescemos nas filiações, mas não crescemos na mesma proporção na sociedade”.
Geraldo Magela