Os atos terroristas de 8 de janeiro reacenderam um debate que já estava morto e sepultado desde a promulgação da Constituição de 1998: a autonomia política de Brasília. Também voltou à pauta política o Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF), regulamentado em 2002 pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (Lei 10.633).
Condão – Paradoxalmente, o mesmo vandalismo que destruiu as sedes do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal e do Poder Executivo (Palácio do Planalto) teve o condão de unir o Brasil em defesa da democracia e os brasilienses em favor da autonomia política da Capital e da manutenção do FCDF.
Logística – A governadora em exercício, Celina Leão (PP), atacou, ainda, a possibilidade de federalização da Segurança Pública do DF, proposta pelo senador Alessandro Vieira (PSDB-SE). “Isto é proposta de quem desconhece a logística do Estado”, posicionou-se Celina, que comandará o Buriti pelo menos por 90 dias, durante o afastamento do titular Ibaneis Rocha (MDB).
Resposta – “O Distrito Federal abriga os Poderes, mas não se resume somente a eles”, argumenta Celina. Quanto à Segurança Pública local, ela diz que
“a autonomia financeira já é do governo federal. Sobra para nós a autonomia administrativa. Se tirar a autonomia administrativa e financeira do DF, qual governador vai dar uma pronta resposta para os problemas diários?”
Celina Leão
Dignidade – A defesa da autonomia política e do FCDF mobilizou Brasília, da mesma forma que o ataque à democracia gerou uma onda positiva em torno do mandato do presidente Lula e dos Poderes Legislativo e Judiciário. O ex-presidente da Câmara Legislativa do DF, Joe Valle (PDT) diz
“Defender o Fundo Constitucional é defender a vida de todo o DF. É lutar pela nossa população e pela dignidade de todos que trabalham para ofertar serviços de qualidade para os cidadãos”
Joe Valle