João Batista Pontes (*)
O povo brasileiro, notadamente o nordestino, está de parabéns. Foi ele o principal protagonista de uma vitória democrática memorável, que marcará o início dos esforços para afastar em definitivo o risco iminente de nos transformarmos em um estado nazi-fascista e de continuarmos nas mãos de um tirano.
O dia 30 de outubro de 2022 ficará marcado na nossa memória como histórico, quando o povo brasileiro conseguiu derrubar o governo mais desastroso, mais corrupto, mais mentiroso e sem escrúpulos no uso indevido dos recursos públicos para fins eleitoreiros que o Brasil já teve.
Nunca na nossa história um governante usou, de forma tão desavergonhada e audaciosa, a máquina do Estado para fins eleitoreiros. Ele praticou todos os atos sórdidos, ilegais e inimagináveis para conseguir a reeleição.
Por isso, a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva para mais um mandato de presidente, que lhe presenteou o povo brasileiro, foi majestosa. Não foi uma simples vitória sobre o atual desgoverno, mas, sim, contra a máquina do Estado, colocada nas mãos de quem não reúne as condições morais e intelectuais para gerenciá-la em benefício de todos.
Ao perceber que os pacotes de bondades e recursos públicos distribuídos aos políticos do Centrão não surtiam os efeitos esperados, o desgoverno passou a adotar manobras ilegais e mentirosas com o nítido objetivo de tumultuar o processo eleitoral.
A poucos dias da eleição, desesperado ante a possibilidade concreta de derrota, continuou ele a atacar o processo eleitoral, alardeando que uma auditoria fake, feita por uma empresa não especializada,descobrira um desequilíbrio nas inserções em oito rádios do Nordeste, que supostamente teriam beneficiado Lula.
Acionado, o Tribunal Superior Eleitoral prontamente rechaçou a denúncia, por absoluta falta de provas. Além do mais, todas as rádios supostamente envolvidas negaram veracidade aos dados apresentados pela “auditoria”.Com base nessa narrativa inverossímil, cogitaram pedir o adiamento da eleição.
No dia da eleição, colocaram até Polícia Rodoviária Federal para dissuadir o voto em Lula e tentar impedir eleitores de chegar aos locais de votação. Essa ação desobedeceu à determinação do TSE, além de atentar contra a liberdade de ir e vir dos cidadãos. Deverá ser investigada com profundidade, vez que há indícios de que ela tenha motivado uma alta abstenção nos locais onde foi mais intensa.
A reconstrução não será nada fácil. O desmonte do Estado e o rombo nos cofres públicos foram descomunais. Vão deixar o Estado em condições similares às de “terra arrasada”.
Mas o presidente eleito, junto com pessoas competentes e compromissadas com os interesses do País, por ele escolhidas, poderão formar um governo capaz de realizar a reconstrução e as mudanças que tanto almejamos, assim como avançar na consolidação da nossa democracia.
(*) Geólogo, advogado e escritor