Sinpro-DF
Onze candidatos e candidatas – Coronel Moreno (PTB); Ibaneis Rocha (MDB); Izalci Lucas (PSDB); Keka Bagno (Psol); Leandro Grass (PV); Leila Barros (PDT); Lucas Salles (DC); Paulo Octávio (PSD); Renan Arruda (PCO); Robson da Silva (PSTU); Teodoro da Cruz (PCB) – disputam o governo do Distrito Federal nas eleições deste ano. Todos(as) citam a educação no plano de governo. O Sinpro-DF fez o recorte dos quatro primeiros colocados nas intenções de voto levando em consideração a pesquisa Ipec, publicada no dia 30 de agosto, e apurou o que eles(as) apresentaram para a educação pública nos debates realizados até agora. Os pronunciamentos analisados os dos debates da Band Brasília, dia 7 de agosto, antes do início da campanha eleitoral; o do Correio Braziliense, dia 18; e o do Metrópoles, dia 23 de agosto, estes dois após o início da campanha, no dia 16.
Ibaneis
Embora o cenário caótico imposto à educação do DF – e outros setores sociais –, o candidato à reeleição está à frente nas pesquisas. Segundo o Ipec, ele tem 41% das intenções de voto. Advogado milionário, o atual governador foi questionado várias vezes pelos(as) demais candidatos(as) sobre os casos de corrupção em sua gestão.
Ibaneis não fez muita questão de tratar sobre a educação pública do DF, marcada nos últimos três anos e oito meses por salas de aula superlotadas, estudantes com deficiência sem monitores, professores(as) e orientadores(as) educacionais sem reajuste salarial e abandono, sobretudo no período mais agudo da pandemia da covid-19.
Sobre a violência nas escolas (ele implementou a militarização das escolas por decreto), disse que o retorno às aulas quando a pandemia foi contida “gerou sim algum tipo de violência”. “Sabemos que isso tem sido tratado dentro da Secretaria de Educação, juntamente com a Secretaria de Segurança, onde se criou um plano de enfrentamento à violência nas escolas”. Até agora, a militarização não apresenta resultado positivo e a presença de policiais na gestão escolar aumentou a evasão, casos de assédio e de cerceamento do direito de cátedra.
Paulo Octávio
Com 9% das intenções de voto, o empresário declarou R$ 618.868.229,48 em bens ao Tribunal Superior Eleitoral. O candidato do PSD não chegou a citar as cinco propostas apresentadas para a educação em seu plano de governo. Sobre a violência nas escolas, disse que “não têm casos comprovados de agressão a alunas nas escolas públicas do DF”. Sobre ensino domiciliar, indicou apoio à proposta repudiada por especialistas em educação, já que a iniciativa impede que crianças e adolescentes tenham acesso às realidades sociais, vedando o contato com a pluralidade e a diversidade, além de negar a pedagogia como ciência. Disse que quer construir cinco escolas profissionalizantes.
Leila Barros
A candidata do PDT aparece nas pesquisas com o mesmo percentual de intenção de votos de PO: 9%. Nos debates, a senadora falou que tem como uma das principais metas para a educação do DF “potencializar a busca ativa” de estudantes que deixaram as escolas, sobretudo durante a pandemia. Afirmou que quer investir no ensino tecnológico, priorizar o ensino técnico, “fortalecer as creches” e o Batalhão Escolar.
Leandro Grass
O professor Leandro Grass (PV) aparece com 7% no Ipec. Deputado distrital, sempre votou a favor da educação e dos profissionais do magistério. “Propus vários projetos de lei, encaminhei mais de R$ 30 milhões para a educação”, disse. Ele diz que tem entre as metas para a educação a busca ativa, o combate à evasão e ao abandono, a realização do “diagnóstico daquilo que cada estudante tem de aprendizado a ser realizado”, o estímulo dos professores, o “fomento das boas práticas pedagógicas dentro das escolas”, o respeito à autonomia de cada comunidade escolar.
Grass disse que “quando começou a pandemia, em março de 2020, a única coisa que o GDF foi capaz de fazer foi jogar para a televisão um conjunto de aulas totalmente desconectadas dos projetos pedagógicos das escolas”. “Não foi feita uma busca ativa dos estudantes nem uma inclusão tecnológica dos estudantes. Como ficaram os estudantes do campo, os do Ensino de Jovens e Adultos? Abandonados”, concluiu.
Além da luta em defesa da educação pública, Grass também atua em defesa da transparência das ações do governo. Ele denunciou a corrupção na compra superfaturada pela Secretaria de Saude de testes de covid-19 ineficientes. O caso investigado pela Polícia Civil na operação Falso Negativo levou toda cúpula da SES-DF à prisão.