Da Redação
O advogado Marivaldo Pereira pediu que a Justiça tome o depoimento da primeira-dama Mayara Noronha Rocha na ação em que tenta obrigar o GDF a publicar um cronograma de atendimento das 270 mil famílias que aguardam atendimento na fila dos Centros de Referência e Assistência Social (Cras). A ação solicita o retorno do agendamento prévio para este atendimento.
Segundo Marivaldo Pereira, “seria importante ouvir a primeira-dama, pois ela era secretária de Desenvolvimento Social quando o modelo de atendimento foi alterado e espalhou o caos por todo o Distrito Federal”.
Milhares de pessoas foram obrigadas a correr para a fila em busca de atendimento. Pessoas em grave situação de vulnerabilidade social passam noites nas filas dos CRAS em várias cidades do DF, para tentar obter uma senha.
“Elas enfrentam o frio, a fome, a sede e o risco de serem assaltadas. E quando as portas dos centros de atendimento são abertas, pela manhã, a maioria volta para casa sem conseguir a senha e sem perspectiva de atendimento”, explica Marivaldo Pereira.
Ainda segundo o advogado, “tudo indica que a mudança do modelo de atendimento teve como única finalidade esconder o tamanho da fila, que já ultrapassava os 270 mil, conforme os dados da própria Secretaria de Desenvolvimento Social.
Incompetência
“O tamanho da fila é um atestado da incompetência e da falta de sensibilidade do governador com a população mais pobre”, avalia Marivaldo. A saída encontrada pelo GDF foi ampliar o sofrimento da população, ao adotar o modelo de atendimento mediante a distribuição de senhas e apagar os dados daqueles que tentaram agendar atendimento pelo telefone.
A ação popular questiona a legalidade da medida ral e deve ser decidida logo após a oitiva das partes e das testemunhas.