Caroline Romeiro (*)
Nos últimos dias, uma polêmica em torno de prescrição de suplementos começou a aparecer nas manchetes de jornais e redes sociais. Isso porque, na semana anterior, o Conselho de Biomedicina publicou uma resolução que permite ao biomédico fazer prescrição de suplementos.
E na última semana, o CREF-4, de São Paulo, também publicou resolução que diz que o profissional de Educação Física pode orientar quanto ao uso de suplementos (não prescrever, mas sim orientar).
Fato é, que os nutricionistas estão questionando sobre a habilitação desses profissionais para que seus conselhos decidam que isso pode fazer parte do hall de atuação dessas profissões. Afinal, eles não têm na sua formação acadêmica nada que lhes dê esse conhecimento para que se tornem profissionais.
Para a Ciência da Nutrição, é fundamental, antes da prescrição de suplementos, avaliar de forma detalhada o consumo alimentar e fazer avaliação do estado nutricional de indivíduos, pois só assim é possível identificar qual é a deficiência e quais os benefícios da suplementação.
Como profissional da saúde, o nutricionista prioriza a segurança alimentar e nutricional por meio dos alimentos. Essa ideia de que todos podem se beneficiar ou têm a necessidade de suplementação somente favorece a indústria farmacêutica e de suplementos.
Portanto, no processo de promoção e proteção à saúde, entendemos que para a prescrição segura de suplementos é necessário que haja real indicação, que só ocorre após avaliação nutricional detalhada, e que isso seja feito por profissional que detenha competência e habilidade para isso.
Isso é pensar na saúde da população e do indivíduo!
(*) Presidente do Conselho Regional de Nutricionistas 1ª Região
Instagram: @carolromeiro_nutricionista