Diva Araújo
A Primeira Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) juga nesta quinta-feira (9) o recurso apresentado pela defesa de Adriana Villela, no qual requer o cancelamento do júri que a condenou, em 2019, a 67 anos de prisão, no episódio que ficou conhecido como “o crime da 113 Sul”.
Adriana Villela foi condenada pelo Tribunal do Júri de Brasília pelos assassinatos do pai, o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela; da mãe, Maria Villela; e da empregada da família, Francisca Nascimento. O crime que ocorreu em 2009. O julgamento durou 10 dias, e foi o mais longo da história do DF, com mais de 103 horas de duração.
Adriana Villela foi considerada culpada de ser a mandante dos assassinatos. No entanto, o juiz permitiu que ela recorresse da sentença em liberdade. Com mais de 200 páginas na petição, os advogados argumentam o cerceamento da defesa por terem sido impedidos de acessar mídias com depoimentos dos réus confessos do crime, nos quais eles afirmam que Adriana não teve qualquer participação no episódio.
Além disso, antes da realização do Júri, uma das juradas se manifestou em redes sociais com críticas ao advogado de Adriana, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, e mentiu quando questionada a respeito pelo juiz do caso, durante a seleção de jurados, antes do início da sessão.
Ainda segundo os advogados de Adriana, não há qualquer evidência no processo que indique envolvimento dela no crime. “Pelo contrário. Há mostras de conchavos entre a Polícia Civil do DF e Ministério Público, relatos de torturas dos réus e outras irregularidades que levaram 11 policiais à Justiça, dentre eles a ex-delegada Martha Vargas, que foi condenada à prisão e expulsa da corporação”.