Luiza Monteiro (*)
Devido à pandemia do novo coronavírus, em março de 2020 o Governo do Distrito Federal suspendeu aulas, palestras e eventos presenciais. A decisão afetou o cumprimento do calendário acadêmico e o formato das aulas de escolas e universidades. A UnB se adequou ao modo on-line. Após dois anos, as aulas presenciais voltarão a partir de junho de 2022.
Em 2021, foi realizada uma pesquisa pelo Comitê de Coordenação das Ações de Recuperação (Ccar) da UnB. Ela aponta que 78,7% dos estudantes de graduação da instituição enfrentaram algum problema emocional naquele ano. Falta de energia e motivação, esgotamento físico e mental, foram algumas das queixas entre alunos e professores.
A mudança de rotina, da forma de ensino e de se relacionar, passando a ser totalmente on-line, forçou a necessidade de uma adaptação rápida ao novo cenário, apresentando reflexos nos pensamentos e nas emoções dos participantes.
Atualmente, com o retorno, alguns dos novos alunos aprovados em 2020 e 2021 temem pelo primeiro contato presencial com a faculdade e as novas rotinas que compõem fazer o ensino superior.
Para outros, que já são veteranos, voltar a se readaptar com o deslocamento, cansaço e aula em período integral são alguns pontos que geram insegurança e ansiedade.
Hoje, a insegurança não se apresenta em relação ao risco de contaminação, como em 2020, mas, sim, à mudança da rotina, dos relacionamentos e da forma de ensino que, sendo presencial, requerem novos comportamentos.
Essa novidade pode gerar ansiedade, por ser uma nova realidade a qual ainda não viveram. A ansiedade é uma emoção que faz parte da sobrevivência humana e tem a função de alertar para possíveis perigos, de forma a gerar o estado de alerta com as preocupações do que pode vir a acontecer.
O que pode ser problemático é viver constantemente preocupado, estar tão preso ao futuro a ponto de não conseguir ter outros pensamentos que causem menos nervosismo e tensão. Isso pode afetar a qualidade do sono, da concentração, da atenção e a autoestima.
É preciso estar atento aos nossos pensamentos, sentimentos e comportamentos como forma de cuidar da nossa saúde emocional. Conforme aprendemos a lidar com as nossas emoções, dentre elas a ansiedade, podemos vir a sentir menos preocupação, tensão e cansaço, sendo possível aproveitar mais os momentos presentes e não ficar tão preso ao futuro.
(*) Psicóloga (Atendimento com foco em ansiedade e relacionamentos)
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