Orlando Pontes
O Encontro Regional dos 300 delegados do Partido dos Trabalhadores no Distrito Federal, marcado para sexta-feira (13) e sábado (14), pode render muito barulho e nenhuma novidade. A principal pauta é a escolha do nome do PT para a disputa ao Palácio do Buriti. Mas a decisão virá do comando nacional da legenda.
Acordo com o PV
E, se depender do Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE), formado pelos deputados José Guimarães (SE), Paulo Teixeira (SP) e pela presidente nacional, Gleisi Hoffman (PR), o martelo já está batido: o PT abre mão da cabeça de chapa no DF para atender o PV.
Lula
A decisão faz parte da estratégia de priorizar alianças para fortalecer a candidatura presidencial de Luís Inácio Lula da Silva. Como o PV – que integra a federação com o PT juntamente com o PCdoB – apresentou como única exigência ter o candidato a governador na Capital da República, a tendência é de que seja atendido.
Grass
Assim, o deputado distrital Leandro Grass (PV) seria ungido o candidato da federação ao Buriti. O PV cumpriria o compromisso de garantir legenda para ele (Grass) concorrer ao GDF (razão que o levou a sair da Rede Sustentabilidade) e o PT honraria o acordo com o PV em contrapartida ao apoio nacional a Lula.
Militância
Uma coisa, no entanto, é ter o acerto na cúpula. Outra, é o apoio da militância. Em 2018, o próprio PT deixou isto claro: Júlio Miragaya foi lançado candidato sem a concordância da base do partido. Ao final, teve uma votação menor do que o número de filiados à legenda no DF.
Estado x Nação
Daí, a frase de uma das mais respeitadas lideranças petistas no DF, numa das reuniões com Leandro Grass esta semana: “Você terá o Estado do PT, mas não a Nação petista”. Ou seja, os 35 mil filiados do PT no DF podem simplesmente “cristianizar” a candidatura do PV.
Consolação
Para amenizar o estrago, a ideia é que os dois pré-candidatos petistas ao GDF – o ex-deputado Geraldo Magela e a diretora do Sindicato dos Professores (Sinpro) Rosilene Corrêa – recebam uma espécie de “prêmio de consolação: ficando com as vagas de vice-governador e de senador.
Tudo ou nada
Magela insiste que seu nome é o que mais atende ao perfil das pesquisas – um candidato com experiência – para manter o nome na disputa pela vaga de governador. Mas não descarta ficar com o Senado. Rosilene, no entanto, rechaça completamente esta hipótese. Para ela, ou é a candidatura ao Buriti, ou nada. A decisão todos saberemos nos próximos dias…