Orlando Pontes
O senador Izalci Lucas não perde o otimismo. Mesmo em meio a um verdadeiro turbilhão de pré-candidaturas ao Palácio do Buriti, ele continua apostando que será o nome de oposição que unirá da centro-direita à centro-esquerda contra o governador Ibaneis Rocha (MDB) nas urnas de outubro.
Numa entrevista a veículos de comunicação comunitária na noite de segunda-feira (11), na sede local do PSDB no Setor Hoteleiro Sul, o tucano insistiu que estará à frente da aliança que englobaria os senadores José Antônio Reguffe (União Brasil) e Leila Barros (PDT), além da deputada federal Paula Belmonte (Cidadania).
A aposta de Izalci vem da confiança de que os partidos de centro (PSDB, MDB, União Brasil e Cidadania, entre outros) farão uma federação nacional para enfrentar a polarização Lula (PT) X Bolsonaro (PL). “Até 18 de maio será indicado o candidato único desses partidos à presidência”, diz ele.
Federação PSDB-MDB-Cidadania-União Brasil
Aliado do ex-governador de São Paulo e pré-candidato a presidente João Dória Jr., o senador acredita que, nesta composição, o PSDB pode ficar com a cabeça da chapa, provavelmente com a senadora Simone Tebet (MDB-MT) de vice. O acordo se reproduziria no DF, restando encaixar cada ator em seu papel – desde que o protagonista seja o próprio Izalci.
Resta, no entanto, montar o cenário em que Reguffe, Leila, Paula Belmonte e até o governador Ibaneis Rocha se tornem coadjuvantes do tucano. No caso do atual titular do Buriti, porém, o entendimento parece distante, até pelas declarações de Izalci no decorrer da conversa com os jornalistas ligados à Associação de Veículos Comunitários de Comunicação (Asvecom-DF):
“Estamos diante de um governo corrupto, incompetente e preguiçoso”, disparou Izalci. “No DF, hoje, os eleitores estão largados. Por isso, faço um alerta: voto não tem preço, mas não tem consequência. Digo isso para que as pessoas não caiam na ilusão de trocar seu voto por cargo, auxílio ou até até por dinheiro”.
Izalci respondeu perguntas específicas sobre cada região representada pelos veículos comunitários e falou de diversos outros assuntos.
Plano de governo
Izalci garante que apresentará um plano de governo com metas e prazos para realização. “Ninguém é obrigado a fazer ou prometer nada, mas se o fizer que o cumpra. É o que vou fazer”.
Educação Ciência, Tecnologia e Inovação
Há recursos, falta planejamento e gestão. O aumento da demanda em nossas escolas públicas não é problema. Aliás, deve ser considerado como algo que pode trazer mais evolução, com novos empreendimentos e opções de desenvolvimento. O DF, em razão do que foi feito no passado, tem taxas baixas de analfabetismo. Mesmo assim, ainda temos 70 mil analfabetos. Temos uma alta taxa de evasão escolar, faltam investimentos, embora tenhamos mais recursos que muitos outros estados. Temos espaços físicos e profissionais de alto nível para implementar o ensino integral. Não faz porque não quer. Não há vontade política. Eu tenho vontade política e, com certeza, o farei, se a população me escolher para governador do DF. Brasília tem condições de avançar nesses quesitos para se equiparar a cidades de primeiro mundo.
Emendas individuais
Destinei mais de R$ 60 milhões de 2019 a 2022 em emendas individuais para o DF na Lei Orçamentária, para Saúde, Educação, Cultura, Segurança, Assistência Social, Direitos Humanos, cidadania e infraestrutura. Ainda recuperei recursos anteriores e que foram repassados ao DF no valor de R$ 35 milhões para reformas das escolas, além da compra de equipamentos de mais de R$ 10 milhões para o laboratório da Escola Superior de Ciência da Saúde do DF (ESC). A nossa faculdade de Medicina e Saúde que está entre as melhores do país.
Regularização fundiária
Os avanços se deram principalmente pela própria lei, que possibilita a regularização. Já as terras que pertencem ao GDF, estas estão sob o controle da Terracap, que só tem interesse em auferir lucros e, dessa forma, coloca entraves para regularizá-las. Na área urbana, embora a lei obrigue que se cumpra a redução de 43% nos preços dos lotes referentes às benfeitorias e à valorização das benfeitorias feitas pelos moradores, o GDF não quer acelerar o processo porque não quer vender os lotes ao preço justo. Aí, a ideia é ir empurrando com a barriga e colocando entraves.
Saúde
O GDF não perdeu o controle da área da Saúde porque não se perde o que nunca se teve. Neste governo, existe um descaso total com a população. Não há controle de nada, nem mesmo de medicamentos. Se há falta de profissionais, que se contrate. Há recursos para isso. E foi muito dinheiro. Não só de emendas minhas e de outros parlamentares, como emendas de bancada e recursos destinados pela União para o combate à pandemia.
Desemprego
O desemprego é um dos maiores problemas no DF hoje. Temos que mudar a matriz econômica do DF. O funcionalismo público não sustenta mais de 3 milhões de habitantes. Sem falar do Entorno, onde a população vive, mas o local de trabalho é no DF. Precisamos atrair investimentos e empresas para a capital. É possível atrair investimentos e oferecer incentivos e redução de impostos para novos empreendimentos, especialmente em áreas que não existem aqui. Brasília pode ser referência para o País em tecnologia e em empreendimentos de pesquisa e inovação.