J. B. Pontes (*)
É inútil tentar demonstrar que Bolsonaro é um indigente intelectual. Ele próprio faz isso todos os dias. Navega ele apenas na esperteza, uma arteirice rasteira, que o fez ser apreciado pelos milicianos do Rio, os quais o ajudaram a se reeleger por 28 anos como parlamentar medíocre, sob o compromisso de defendê-los.
Não é segredo, por exemplo, a íntima ligação que ele mantinha com Adriano da Nóbrega, o miliciano ex-chefe do “escritório do crime”, que foi vítima de um misterioso assassinato. Os seus discursos chulos só agradam e convencem os bolsonaristas, popularmente conhecidos como “gado”. E é só isso que ele quer.
As pautas que ele propõe são bizarras e fúteis. Na maioria, constituem um verdadeiro teatro do absurdo, se reportando a matérias banais, utilizando frases feitas, meias verdades e mentiras puras, além de construções sem sentido, que provocam um cenário desolador e tristonho. Jamais tivemos um governo tão ignóbil como o atual.
Exceto os bolsonaristas, que com ele se identificam na falta de caráter, na mentira e na leviandade, além da índole violenta e da insensibilidade pela vida dos outros, todos os demais brasileiros sabemos que ele só pretende palanque e audiência. Vamos repudiar o que ele faz e fala com o nosso silêncio. Deixemos de publicar fotos dele, isso só serve para promovê-lo. É hora de o deixarmos isolado, de ignorarmos as pautas de discussão de temas absurdos e fúteis que ele propõe. Deixemo-lo falar sozinho ou somente para o seu “cercadinho”. Ignorá-lo pura e simplesmente, sem nem ao menos rir das bobagens que ele fala.
Fundamental é mantermos o foco nos temas que interessam ao Brasil e que precisam ser resolvidos – desigualdade, pobreza, fome, geração de emprego e renda, elevação da consciência política e social do povo, educação e saúde públicas, recuperação da autoestima dos brasileiros, da soberania nacional e dos nossos ativos patrimoniais. E nessas pautas ele e o seu desgoverno entreguista e fascista em nada podem contribuir.
Este é um ano de eleições gerais, nas quais votaremos em cinco importantes cargos: presidente da República, governador, senador, deputados federais e deputados estaduais/distritais. E precisamos mais do que nunca renovar e melhor qualificar a nossa classe política. E para a tão necessária renovação, é fundamental reduzir o poder do Centrão, não votando em candidatos dos partidos que o integram (PL, PP, Republicanos, Solidariedade, PSL e PTB), além de PSD, MDB, DEM, PROS, PSC, Novo, Avante e Patriota, que em certas ocasiões se agregam àqueles. E, em breve, o União Brasil, fusão do DEM com o PSL.
É hora de pesquisar os candidatos e analisar as ideias por eles defendidas e os meios indicados para implementá-las. A maioria deles promete muitas coisas que, embora atrativas, não são viáveis.
(*) Geólogo, advogado e escritor
** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital