Não é a Península da Crimeia, mas o imbróglio territorial entre Arniqueiras e Park Way vem ganhando proporções. De um lado, a czarina das Arniqueiras, Telma Rufino (Pros), de outro, os moradores do Park Way, abandonados pela sua administração regional, que é capitania hereditária do distrital sargento Hermeto (MDB). No centro da discórdia, um letreiro em concreto, com cerca de 1,70 metro de altura, com o nome de Arniqueiras, letra por letra, fincado em terras do Park Way.
Inconformados, moradores do Park Way produziram uma faixa de doze metros de comprimento com a inscrição “Aqui é Park Way” e cobriram o letreiro.
O letreiro está em um balão na Estrada Parque Vicente Pires (DF-079) que dá acesso à SMPW quadra 4, mas por ali, também pode se chegar até a RA de Arniqueiras.
Arniqueiras
Pra muitos, a fixação do marco além fronteiras de Arniqueiras tem o estratégia de avançar, ainda mais, sobre a RA do Park Way. Desde o processo de regularização da nova RA, comandado pessoalmente por Telma Rufino, há um desconforto no bairro vizinho. Isso porque Arniqueiras, antes pertencente à Águas Claras, “invadiu” território do Park Way, notadamente áreas verdes ainda pré-existentes nas quadras de 3 a 5, trazendo consigo normas urbanísticas que favorecem o adensamento populacional e agridem o meio-ambiente.
“Vale lembrar que o Park Way é um espaço urbano planejado e que nasceu de forma legal. Já Arniqueiras é fruto de um fracionamento selvagem de antigas chácaras rurais” – salienta a ambientalista Mônica Veríssimo, ex-integrante do Conselho de Meio Ambiente do DF – Conam.
Lavando as mãos
À imprensa, o Departamento de Estrada de Rodagens – DER diz ter autorizado a fixação do marco em concreto, mas afirma que não lhe cabia dizer se o local era pertencente a esta ou aquela região administrativa. Que sua deliberação foi feita segundo às normas de segurança no trânsito. Coincidência, ou não, já ocorreu um acidente no local e os moradores atribuem a quebra da visibilidade para os motoristas que contornam o balão da discórdia.
De sua parte, o administrador do Park Way, Maurício Tomaz da Silva, tudo vê calado e pouco faz. Em dezembro, seu interino, Wilson de Sousa, chegou a enviar ao DER oficio relatando o apelo dos moradores pela retirada do letreiro. Sem sucesso. Telma Rufino, alega que o letreiro é legal, não delimita território, mas apenas marca o acesso à cidade que dirige. E o GDF cala-se, pois a Ibaneis não interessa brigar nem com Hermeto, nem com Telma Rufino.