Hoje, 18 de outubro, comemora-se o Dia do Médico. Para mim, que sou médico, presidente do SindMédico-DF e da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), esta é uma data de muita comemoração. E não é porque não estejamos em uma fase difícil. Na verdade, é porque estamos. Mesmo em um cenário de pandemia, superamos os obstáculos. Assim são os médicos. Sabem por quê? Porque lá atrás, quando nos formamos, assumimos o compromisso inadiável e inegociável – não importam as dificuldades – de atender os pacientes em suas necessidades.
Nada na Medicina é fácil: o vestibular (um dos mais concorridos), a faculdade, a residência médica, as perspectivas e, sobretudo, o dia a dia daqueles que são, também, servidores públicos. No entanto, acompanho de perto a coragem dos meus colegas. Porque parar, na Medicina, não é uma opção. “Desistir” é uma palavra que não existe no nosso dicionário. Nos tornamos médicos justamente para lutar por vidas. Essa é a meta: dos postos de saúde aos hospitais, nosso objetivo é prevenir, tratar e recuperar.
Aqui no DF, enfrentamos, há anos, o desmonte da saúde pública. São aproximadamente 6 mil médicos ativos, no SUS-DF, para atender aos mais de 2 milhões de cidadãos que dependem exclusivamente da rede pública para ter acesso à saúde. A conta não bate, né? Mas, na prática, o que sobram são força de vontade e compromisso com os pacientes. Isso acontece, por exemplo, quando a lanterna de celular vira um otoscópio (aparelho necessário para ver o ouvido), quando um saco de plástico vira um Equipamento de Proteção Individual (EPI) ou quando o ar-condicionado da sala de cirurgia é resultado de uma vaquinha entre colegas.
Dia do Médico
A Medicina é, sobretudo, um ato de coragem. Nos alimentamos dos imprevistos da vida. Nos unimos em prol de uma única causa: o acesso à saúde dos pacientes. Não acreditem quando dizem o contrário. Apesar da pandemia, e mesmo com medo (porque médicos também são humanos), eles são heróis, sim. Sem os médicos, este cenário seria mais assombroso. Porque não houve, em momento algum, facilidade. A pandemia, por si só, é um desafio. E enfrentar este desafio com escassez de leitos, insumos, medicamentos, aparelhos e até assédio moral…não é para qualquer um.
Hoje, parabenizo meus colegas médicos por todo o esforço. Hoje, me coloco, novamente, à disposição de todos para lutarmos por uma saúde mais digna e por condições de trabalho. Hoje, aplaudo de pé todos aqueles que me procuraram, em algum momento, para denunciar situações adversas e, simplesmente, continuar o seu trabalho. Eu sei que não é fácil. Nunca foi. Mas, estamos juntos. Estamos juntos para superar, para vencer, para lutar e para um dia nos orgulharmos de dizer em alto e bom tom: “a Saúde venceu”. A Medicina triunfou sobre o descaso.
Parabéns, colegas médicos. E obrigado por não desistirem dos seus pacientes.
** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital