J. B. Pontes (*)
O chamado Centrão é um conjunto de partidos/parlamentares que se aglutinam informalmente para influenciar nas decisões no Parlamento e na gestão da Administração Pública. A associação de partidos no Parlamento com objetivo de alcançar maior poder faz parte do jogo político. Mas, no caso do Centrão, causa repúdio o fato de seus integrantes não terem nenhuma orientação ideológica clara ou compromisso com o País. Seus membros simbolizam a ‘velha política’. Só votam ou atuam por cargos (fisiologismo) ou por benefícios pecuniários.
Entre as legendas que compõem o Centrão estão: 11–Partido Progressista (PP); 55–Partido Social Democrático (PSD); 22–Partido Liberal (PL); 10-Republicanos; 77–Solidariedade; 14–Partido Trabalhista Brasileiro (PTB); 55–Partido Social Cristão (PSC); 70–Avante; 90–Partido Republicano da Ordem Social (Pros); e 51–Patriota.
Além dos partidos que elegeram Bolsonaro (17–Partido Social Liberal/PSL, que se fundiu ao DEM para formar o partido União Brasil, e o 22–Partido Renovador Trabalhista Brasileiro/PRTB), outros costumam alinhar-se ao Centrão, a exemplo do 25–Democratas (DEM) e do 15–Movimento Democrático Brasileiro (MDB).
O que é Centrão?
Apesar de ser um grupo informal de parlamentares, o Centrão possui líderes e portas-vozes. Atualmente, seus principais líderes, todos envolvidos em escândalos de corrupção, são: Arthur Lira (PP-AL); Marcos Pereira (Republicanos-SP); Paulinho da Força (Solidariedade-SP); Wellington Roberto (PL-PB); Valdemar da Costa Neto (PL); Roberto Jefferson (PTB). Cite-se, ainda, o deputado Ricardo Barros (PP/PR), atual líder do governo na Câmara.
O que o Centrão mais adora é um presidente fraco, sem base parlamentar para aprovação de matérias de seu interesse e, portanto, suscetível a ceder aos objetivos do grupo. O governo Bolsonaro, para aprovação de reformas impopulares e, principalmente, para não sofrer impeachment, aliou-se ao Centrão, ainda que, durante a campanha eleitoral de 2018, tanto o tenha difamado e falado em “nova política”.
Só um povo consciente, social e politicamente, poderá nos libertar das teias de grupos como o Centrão. Na realidade, a força desses partidos – e, por conseqüência, de um desgoverno como o atual – começa nas eleições municipais/distrital. Portanto, se você acha que está tudo bem, continue votando em candidatos desses partidos fisiológicos. Mas, se você quer mudança, pense bem antes de votar em candidatos a eles filiados.
(*) Advogado e consultor legislativo do Senado Federal