Um dia após operação deflagrada pelo Ministério Público do DF, com apoio da Polícia Civil, para apurar indícios de superfaturamento na contratação de leitos de UTI pelo Instituto de Gestão Estratégica em Saúde do Distrito Federal (Iges-DF), deputados distritais voltaram a reivindicar a instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a organização. Na avaliação do deputado Leandro Grass (Rede), autor do requerimento sobre a CPI, “este é o maior escândalo de corrupção da história do DF”
Em pronunciamento durante a sessão ordinária da Câmara Legislativa desta quinta-feira (19), o parlamentar observou que “nada chega aos pés” da soma dos valores dos contratos envolvidos na investigação”. Grass apelou à presidência da CLDF pela pronta abertura da comissão de inquérito: “É regimental e constitucional. Além disso, a CPI é o palco da verdade. Daí a sua urgência”.
A deputada Arlete Sampaio (PT), por sua vez, destacou as conclusões dos procuradores do Ministério Público do DF, noticiadas pela imprensa, entre elas, a de que “o Iges-DF é uma entidade caracterizada por um arranjo institucional forjado para garantir a impunidade de gestores e empresários”. A deputada lamentou que a CLDF não reaja diante dos fatos elencados e não instale a CPI. Seu colega de partido, Chico Vigilante também salientou as mortes de brasilienses por Covid-19 que teriam sido decorrentes da situação.
Já a deputada Júlia Lucy (Novo) cobrou a presença dos colegas governistas em plenário. “Não querem enfrentar esse escândalo?”, indagou. Na avaliação da distrital, falta liderança política no DF: “Ibaneis rocha foi eleito para governar e, por isso, a responsabilidade por qualquer problema dos seus subordinados é dele. O chefe do executivo é quem responde”. Ela denunciou o loteamento político dos órgãos públicos que teria sido exacerbado na pandemia. “Aproveitaram a dispensa de licitação para fazer a farra”, afirmou.
Outro problema: aluguel “verbal”
O deputado Professor Reginaldo Veras (PDT) acrescentou aos problemas da saúde uma situação que, segundo ele, fere o princípio da legalidade, um dos pilares da administração pública. “Há entre 12 e 18 Unidades Básicas de Saúde do DF que funcionam em imóveis privados sem a assinatura de qualquer contrato. Tudo foi feito de forma verbal”, alertou. Segundo o parlamentar, existem proprietários que não recebem “nem um centavo” há anos. “Já levei o caso aos gestores da Secretaria de Saúde, mas até agora a solução não foi levada adiante”, reclamou.
Fonte: Câmara Legislativa do Distrito Federal