O Setor Comercial Sul (SCS) de Brasília vive uma crise sem precedentes, com 101 lojas e 680 salas fechadas em diferentes prédios. Levantamento do Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejista-DF) indica que, das seis áreas do setor, a que mais tem pontos sem funcionar é a Quadra 2 – são 29 lojas sem operar há pelo menos oito meses.
A Quadra 1 apresenta 26 lojas fechadas, e, na Quadra 3, são 16 imóveis sem funcionar. A Quadra 4 exibe 12 lojas sem operação, e a Quadra 6, a mais próxima da W3 Sul, contabiliza 18 lojas inoperantes. Estimativas de quem trabalha no SCS indicam que os 145 edifícios e prédios comerciais têm pelo menos 780 salas fechadas.
As razões da crise no SCS passam pela pandemia, excesso de ambulantes, falta de estacionamento e de segurança, tanto de dia quanto à noite, e muitos prédios antigos construídos sem vagas para carros no subsolo.
O vice-presidente do Sindivarejista, Sebastião Abritta, disse que outro fator que contribui para a decadência do Setor Comercial Sul é a escassez de vagas para carros nos estacionamentos a céu aberto. “A partir das 9h da manhã fica impossível estacionar, e os estacionamentos pagos são caros”, ponderou.
Segundo ele, “lojas e salas fechadas não geram emprego e renda e contribuem para a acentuar a crise que atinge há anos o SCS. Há que se buscar uma solução para, ao menos, reduzir este cenário negativo”. Abritta afirmou, ainda, que, criado em 1960, o SCS envelheceu cedo com o surgimento de prédios modernos em outras áreas de Brasília.
Escritórios de grandes empresas procuram alugar ou comprar salas em outras áreas do Distrito Federal, fugindo do SCS. Projeto do Governo do DF para revitalizar o Setor Comercial Sul mostra-se moroso e os comerciantes que ali trabalham esperam uma solução para o impasse que desvaloriza os imóveis e acentua a crise econômica.