Sinpro-DF
A vacinação da educação no Distrito Federal anda a passos lentos. Desde 21 de maio até quinta-feira (10/6), somente 2.550 dos cerca de 4 mil gestores(as) da rede pública de ensino foram vacinados(as). Não há previsão de quando haverá a vacinação em massa dos trabalhadores da educação.
Na capital do País, uma das menores unidades da Federação, a vacinação não avança e, quando anda, é lenta. A diretoria colegiada do Sinpro-DF alerta que a morosidade na Administração Pública pode ser crime de prevaricação. Um mês após o início da vacinação, apenas a metade das equipes gestoras foi vacinada. Prevalece no DF a morosidade na imunização dos(as) profissionais da educação e da população do combate à pandemia.
Para se ter uma ideia do tamanho da lentidão, basta comparar com o Estado de São Paulo, que iniciou a vacinação dos(as) servidores(as) das redes públicas de ensino estadual, municipal e federal – muito maior do que a do DF – em 10 de abril e antes de completar dois meses já vacinou 400 mil trabalhadores(as) da educação. Nesta semana, anunciou a antecipação da vacinação dos profissionais da Educação Básica de 18 a 44 anos para sexta-feira (11/6).
Com esse adiamento, o governo de São Paulo prevê a imunização de 843 mil servidores(as) da educação em todo o estado. No DF, somente nessa quinta-feira (10) é que o governador Ibaneis Rocha (MDB) anunciou um plano de vacinação de todos(as) os(as) profissionais da educação pública contra a covid-19.
A diretoria colegiada do Sinpro-DF ressalta que o anúncio é um progresso na imunização das categorias que atuam nas escolas, mas ainda é preciso avançar para que não apenas os(as) professores(as), orientadores(as) educacionais e demais profissionais da área sejam vacinados. O sindicato quer agilidade na vacinação da população porque a cidade toda está envolvida com as atividades da escola.
É importante destacar que, embora a imunização em curso não consiga barrar o ritmo das contaminações pelo coronavírus por causa da falta proposital de vacinas, é graças à mobilização e à pressão do Sinpro-DF que os(as) gestores(as) das escolas públicas estão entre os grupos prioritários e sendo vacinados(as). “A imunização da categoria é fruto de muita luta e de constantes reivindicações do Sinpro junto ao GDF, e aproxima o retorno presencial das aulas na rede pública”.
Como se não bastasse a falta de um plano de ação e uma atitude ágil, eficiente e eficaz de vacinação em massa que combata a pandemia, o Sinpro-DF ainda tem de enfrentar ações do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDF) contra a classificação de prioridade para os trabalhadores da educação. A diretoria tem cobrado maior cuidado com a educação e com a população e pautado em reuniões com o governo essa morosidade na vacinação e mostrado que a falta do imunizante, além de outras medidas de segurança contra a Covid-19 nas escolas, impede a volta presencial das aulas.
O Sinpro-DF tem defendido, diuturnamente, e conquistado vitórias para a categoria nesse projeto malfadado de vacinação. Em todas as oportunidades defendeu a necessidade de vacinação de quem está na linha de frente nas escolas e conseguiu emplacar os(as) gestores(as) entre os prioritários. Mas a erradicação da pandemia, que poderia ser algo rápido e simples, no Brasil, que tem expertise nesse tipo de serviço, parece não ter saída por causa dos esquemas de corrupção.
Todos os dias assistimos às centenas de denúncias de corrupção na pandemia contra o governo federal. Mas, nesta semana, foi o DF que experimentou a dor que é eleger pessoas sem compromisso com o dinheiro público e que atuam na politização da covid-19 para favorecimento próprio. A imprensa denunciou a existência de mais de 1 milhão de doses de vacinas estocadas pelo GDF.
Todo dia aparece uma falcatrua e são revelados esquemas de corrupção envolvendo os recursos públicos destinados ao combate à pandemia. O resultado são os números de mortes que, embora sejam subnotificados, são alarmantes. Nesta sexta-feira (11), já passam de 483 mil mortos em 15 meses. Por causa disso, o País caminha a passos rápidos para 500 mil óbitos nesta primeira quinzena de junho. Esse número foi previsto pelos institutos de pesquisa científica ainda em fevereiro de 2021.
O alerta foi dado por pesquisadores do mundo inteiro para que o governo Jair Bolsonaro e seus aliados, como o governador do DF, agissem com rapidez na vacinação e evitassem a mortandade desnecessária. Nada foi feito e nem será. Essa situação fortaleceu e intensificou a luta do Sinpro-DF para incluir os(as) gestores(as) e todos(as) os(as) trabalhadores(as) da educação, que nunca deixaram de atuar presencialmente nas unidades escolares, entre os prioritários.
Aliás, a luta por essa inclusão começou quando os laboratórios internacionais anunciaram a venda das vacinas, em 2020. Quando o Sinpro-DF percebeu que os profissionais da linha de frente da rede pública de ensino não estavam incluídos entre os grupos prioritários do calendário de vacinação do GDF, intensificou a pressão, que já estava em curso, para incluí-los.
Diante da displicência do GDF e da insistência do MPDFT em retirá-los dos grupos prioritários, a saída do sindicato foi mobilizar a categoria por meio da campanha “Ibaneis, cadê a vacina?” nas redes e nas ruas. O objetivo é mesmo o de pressionar o governo para acelerar a compra e a aplicação dos imunizantes em todos e todas porque queremos ver a cidade e as pessoas retomarem seu ritmo de vida normal.
A diretoria colegiada destaca, ainda, que a vacinação dos(as) gestores(as) é importante porque eles e elas são o instrumento da Secretaria de Estado da Educação (SEE-DF) para o estabelecimento de uma comunicação entre a escola e comunidade escolar. São eles e elas os responsáveis por agilizar demandas educacionais e sociais e todos os problemas que envolvem a vida na escola.
A falta de vacinação no País e no DF, bem como a politização da pandemia que tem objetivo torpe e criminoso de desviar dinheiro público para enriquecimento ilícito de centenas de pessoas eleitas em 2018 e seus comissionados, é o problema da saúde pública, hoje, no Brasil, e o motivo pelo qual a educação pública também foi jogada em uma UTI sem equipamentos que garantam a educação pública e inclusiva a todos(as) os(as) estudantes, sem exceção.