Quem passa hoje pelo Setor Habitacional Vicente Pires chega a duvidar que aquelas cenas feitas de vários ângulos de uma cratera engolindo, literalmente, uma caminhonete aconteceram na Rua 3. Dois anos depois daquele episódio, e após uma atuação responsável da atual gestão, a quadra vive outra realidade. A Secretaria de Obras concluiu os serviços de drenagem, pavimentação, instalação de calçadas e meios-fios na localidade.
Daquela fatídica terça-feira, 23 de outubro de 2018, resta apenas uma lição: a de como a omissão de gestores públicos pode acabar em tragédia. Naquele dia, quando as nuvens cinzas que pairaram sobre a cidade emitiam o aviso de que choveria forte, o que colocaria à prova o sistema de drenagem na rua.
O sistema não só foi reprovado, mas quase custou a vida de pessoas. O asfalto cedeu devido à falta de drenagem eficiente. Eis que um enorme buraco se abriu de repente na Rua 3, perto de onde uma caminhonete passava com um casal de idosos a bordo. Por sorte e socorro dos moradores, eles foram retirados do veículo com vida.
Lá se foram quase três anos, mas as imagens não saem da cabeça da manicure Marielle Moreira, 30 anos, que reside na Rua 4, vizinha ao ocorrido. “Moro aqui a 15 anos e vivi todos esses problemas. As pistas aqui estavam piores que do interior. Hoje está cem por cento. Esse trabalho ficou excelente aqui na nossa Vicente Pires”, avalia ela.
Colorido especial
Além da Rua 3, outras quadras de Vicente Pires estão com serviços de pavimentação, drenagem, instalação de meios-fios e calçadas prontos. É o caso da Rua 10. Com 100% de obras prontas, a quadra agora ganha um colorido especial, que estampa na maioria dos muros de condomínios.
Em vez do marrom do barro de antigamente, que predominava na época em que as ruas eram pura lama, o que se vê agora são cores vivas, alegres nas fachadas das residências. “Isso aqui era um horror. Chovia, alagava tudo. Agora está ótimo”, recorda a pedagoga Rosângela Pacheco, 45, residente na quadra há oito anos.
Ela lembra que chegou a duvidar quando o governador Ibaneis Rocha (MDB) prometeu arrumar Vicente Pires. Para chegar a esse resultado de hoje, o emedebista desembarcou na cidade acompanhado por um batalhão de auxiliares de vários órgãos do GDF.
A primeira missão do grupo composto por 11 secretarias, várias empresas públicas e empreiteiras foi tirar a Rua 10 do atoleiro. A quadra foi escolhida para ser a primeira localidade a receber o reforço porque faz divisa com praticamente todas as ruas de Vicente Pires e tem extensão de 4,5 km.
Em 30 dias, com a utilização de maquinários pesados, a força-tarefa executou obras de drenagem, bocas de lobo, calçadas e meios-fios, acabando com o sofrimento com o qual centenas de famílias conviviam há muitos anos. A estrutura favoreceu não somente os moradores, mas também os comerciantes.
“Depois da chegada do asfalto, as vendas aqui na loja melhoraram bastante. Agora, os carros e as pessoas podem trafegar numa boa por calçadas e ruas boas”, acrescenta o vendedor José Gilson da Silva, 39, que trabalha numa loja de materiais de construção na Rua 10.
Dever cumprido
O administrador regional de Vicente Pires, Daniel de Castro, se diz estar com a sensação de dever cumprido. Ele é um dos administradores que estão desde o início da gestão de Ibaneis Rocha. “Administrar a cidade com a retaguarda do governo fica fácil”, afirma Castro. “A Rua 3 é a principal artéria da cidade e estamos orgulhosos com o trabalho que fizemos nela”, disse ele.
De acordo com a assessoria de Comunicação da Secretaria de Obras, Vicente Pires está com 85% das obras infraestrutura prontas. Uma licitação está em andamento para a contratação de empresa que realizará os 15% restantes das obras. Dos atuais contratos em vigor, toda a parte de drenagem está concluída. De pavimentação, só resta a conclusão de 400 metros da rua 12.
Nada que desanime a empregada doméstica Graziela Juliana Jorge, 34, que trabalha na Rua 12. Mesmo tendo de driblar uma poça de lama aqui e outro monte de barro acolá, sabe que seus dias de sofrimento e dificuldade, por causa daquele pedaço de 400 metros que se estende até o portão do condomínio onde ela trabalha, está prestes a terminar. “Vai melhorar”, disse ela, ansiosa para que o mesmo asfalto que enxerga de longe, no início da rua, chegue logo até a porta do seu trabalho.
O que já foi feito e o que falta fazer
Rua 1 (rua do Jockey) – Serviços de drenagem, pavimentação e instalação de calçadas e meios fios concluídos.
Rua 3 – Drenagem e pavimentação, calçadas e meios fios concluído.
Rua 3B – Serviços de drenagem, pavimentação e instalação de calçadas e meios fios concluídos.
Rua 3C – Serviços de drenagem, pavimentação e instalação de calçadas e meios fios concluídos.
Rua 4 – Drenagem e pavimentação, calçadas e meios fios concluídos.
Rua 4A – Serviços de drenagem, pavimentação e instalação de calçadas e meios fios concluídos.
Rua 4B (rua da delegacia) – Serviços de drenagem, pavimentação e instalação de calçadas e meios fios concluídos.
Rua 4C (rua da Faculdade Mauá) – Serviços de drenagem, pavimentação e instalação de calçadas e meios fios concluídos.
Rua 4D – Serviços de drenagem, pavimentação e instalação de calçadas e meios fios concluídos.
Rua do Sicoob – Serviços de drenagem, pavimentação e instalação de calçadas e meios fios concluídos.
Rua 5 – Serviços de drenagem, pavimentação e instalação de calçadas e meios fios previstos nos atuais contratos concluídos. Parte dos serviços foi executada pelo DER. Está em andamento processo licitatório para a contratação do remanescente de obra.
Rua 6 – Serviços de drenagem, pavimentação e instalação de calçadas e meios fios previstos nos atuais contratos concluídos. Está em andamento processo licitatório para a contratação do remanescente de obra.
Rua 7 – Serviços de drenagem, pavimentação e instalação de calçadas e meios fios concluídos.
Rua 8 – Serviços de drenagem, pavimentação e instalação de calçadas e meios fios previstos nos atuais contratos concluídos. Está em andamento processo licitatório para a contratação do remanescente de obra.
Rua 10 – Serviços de drenagem, pavimentação e instalação de calçadas e meios fios previstos nos atuais contratos concluídos. Parte dos serviços foi executada pelo DER e pela Novacap. Está em andamento processo licitatório para a contratação do remanescente de obra.
Rua 12 – As obras de drenagem previstas nos atuais contratos em vigor estão concluídas. Pavimentação, instalação de meios fios, calçadas e abertura de bocas de lobo em andamento. Está em curso processo licitatório para a contratação do remanescente de obra.
Colônia Agrícola Samambaia – A empresa Evolução Engenharia Construções e Administração Ltda. já começou a atualização do projeto da região nas áreas em que serão desenvolvidas edificações diversas e obras de drenagem e pavimentação. O valor do contrato é de R$ 1.968.098,63 e a empresa terá 12 meses para concluir os serviços.
Lagoas de detenção – O projeto prevê a construção de 22 lagoas (18 estão concluídas) e 85 dissipadores (45 estão finalizados).
Ponte sobre o córrego Vicente Pires – A construção da ponte de 40 metros de extensão está concluída. Estão em andamento as obras de construção do encabeçamento da ponte. A previsão é de que ela seja liberada para o tráfego de veículos no primeiro semestre deste ano.
Obra de Arte Especial nº 2 – No momento, a empresa VP trabalha na construção de ponte sobre o córrego Samambaia, que vai ligar a Rua 4 direto à Estrada Parque Taguatinga Guará (EPTG). O monumento de 82 metros de extensão e 13,2 metros de largura está orçado em R$ 2,3 milhões, e está previsto para ser entregue à população no primeiro semestre deste ano.
Obra de Arte Especial nº 3 – O GDF contratou a empresa AJL Engenharia e Construções EIRELI, responsável pela construção de nova ponte no Setor Habitacional Vicente Pires para conectar as Ruas 01 e 3B. O monumento terá 180 metros de extensão e 13,8 metros de largura. O investimento é de R$ 5,8 milhões.
Dos atuais contratos em vigor, a drenagem está concluída. De pavimentação, só resta a conclusão de 400 metros da rua 12. Os 15% restantes serão executados após a conclusão de licitação em andamento.