É inaceitável a maneira como está sendo tratada a questão dos preços dos combustíveis no Distrito Federal e no Brasil. Todos sabemos que há dois componentes para esses preços absurdos: em primeiro lugar, a ganância de empresários deste setor, que é cartelizado; em segundo, a dolarização dos preços no País.
O cartel dos donos de postos de combustíveis no DF continua atuando, e só pensa no lucro fácil. Cada um centavo de aumento no litro da gasolina, aqui na capital da República,corresponde a R$ 1 milhão para os postos. Significa dizer que os 20 centavos do aumento desta quarta-feira (17) representarão R$ 20 milhões que serão retirados do bolso do consumidor – e da população já sofrida e espoliada – e passarão diretamente para as mãos dos empresários.
Já a dolarização dos preços dos combustíveis colocou o Brasil como signatário dos preços internacionais do petróleo. Essa é uma política de governo adotada pelo presidente Jair Capiroto e pela Petrobrás, que só se preocupam com os investidores internacionais da empresa estatal.
Além dessas constatações, também podemos acrescentar como causa da alta dos preços dos combustíveis a decisão de reduzir o refino do petróleo no Brasil. Com isso, o País passou a vender petróleo bruto ao exterior,enquanto as refinarias brasileiras estão com a capacidade ociosa, operando com apenas 30% de sua capacidade total. Desta forma, o País exporta petróleo bruto e importa gasolina e óleo diesel refinados, o que encarece ainda mais o preço dos combustíveis para nós, brasileiros.
Estes são os problemas que causam forte impacto na questão da alta dos preços dos combustíveis e que precisam ser resolvidos. Problemas sérios que somente serão solucionados se a Justiça tiver coragem para agir.
Cabe lembrar, que entrei com uma denúncia junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) contra os aumentos abusivos dos preços dos combustíveis no Distrito Federal. E espero que o órgão volte a atuar com o rigor de outrora na defesa da população de Brasília, que vive em uma cidade onde convencionou-se dizer que tem cabeça, tronco e rodas, dada a grande dependência do uso de carros e demais veículos motorizados, entre outros motivos, devido à deficiência dos transportes públicos.
(*) Deputado Distrital (PT-DF)