Após quase um ano de angústia e ansiedade, a vacina contra a covid-19 está mais perto do que nunca de chegar aos braços dos brasileiros e das brasileiras. O processo de imunização, entretanto, mostra-se lento e sustentado por incertezas. O cenário exige do GDF e governos estaduais prudência, na mesma medida que pede à população a permanência da luta intransigente pela defesa da vida.
Com o tímido início da imunização contra o novo coronavírus no DF, o governador Ibaneis Rocha ratificou o retorno presencial às salas de aula no dia 8 de março, e disse que “espera” vacinar todas/os as/os professoras/es até lá. Todavia, o cenário complexo que vivemos exige ações robustas e amplas, sob o sério risco de tornar ainda mais assustadores os números referentes a contaminações e mortes pela covid-19.
Todos os dias, meio milhão de pessoas transita nas escolas públicas do DF. Não apenas professoras/es, mas educadoras/es, estudantes, trabalhadoras/es terceirizadas/os que realizam serviço de merenda, limpeza e vigilância. Essas quase 500 mil pessoas estão diariamente em contato com seus familiares, em transportes coletivos e espaços públicos.
Evidencia-se, portanto, que a reinserção das/dos trabalhadoras/es de educação no grupo prioritário para a vacinação contra a covid-19 – alteração realizada pelo GDF após pressão da categoria – foi acertada, mas não é suficiente para garantir segurança à população. O único caminho que se aponta como seguro para o retorno presencial às aulas, ainda que de forma híbrida, é a vacinação de toda a população.
Para além disso, é irrenunciável a exigência de que as escolas estejam preparadas para esse retorno, cumprindo com todos os protocolos de segurança apontados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Espaços adequados, itens de higiene pessoal, máscaras e álcool em gel estão, logo após a vacinação, na lista de prioridades para o retorno presencial às escolas.
Sabemos que foram muitos os prejuízos gerados para a educação diante da pandemia do novo coronavírus, mesmo com todo o empenho da categoria, das/os alunas/os e familiares para realizar o ensino intermediado pela tecnologia. Um esforço que se tornou muito mais árduo devido às políticas públicas e desinvestimento na educação pública.
Entretanto, o retorno precipitado às salas de aula incorre em irresponsabilidade do governo, já que são reais e iminentes as chances do aumento do número doentes e vítimas fatais da covid-19. É por isso que o Sinpro-DF reafirma que a única medida de segurança totalmente confiável em tempos de pandemia é a vacina para todas e todos.
Esta é a nossa luta!
(*) Diretoria colegiada do Sinpro-DF