Na vida real, neste início de ano a população está mais preocupada com a pandemia, com o atraso da vacinação no Brasil e no Distrito Federal, com a crise econômica, com o desemprego e, principalmente, com o pós-pandemia. Porém, no meio político, 2021 faz parte do calendário pré-eleitoral de 2022.
No cenário do DF, numa primeira observação, os atores continuam os mesmos de 2018. Até porque o isolamento e o distanciamento social impostos no ano passado retraíram o debate político – exceto pelo Presidente da República, com suas declarações inoportunas e despropositadas.
E justamente por isso, Jair Bolsonaro será o divisor de águas. A depender dos resultados da economia e do combate ao novo coronavírus nos próximos meses, ele se credenciará à reeleição para o Planalto, podendo transferir votos para aqueles que o seguirem, ou, ao contrário, reforçar-lhes a rejeição.
Já os seus opositores precisarão encontrar o eixo de um discurso que desconstrua a imagem de um Presidente “destemido”, que nega a gravidade da crise sanitária e prioriza, segundo ele, a economia. Incrivelmente o discurso agrada a mais de 35% da opinião pública nacional, segundo pesquisas divulgadas no final de 2020.
Transgressor – Mais que encaixar esse discurso, a oposição – sempre dividida – deve procurar líderes que personifiquem, em cada unidade da Federação e no país como um todo, essa indignação em relação a Bolsonaro.
Transgressor declarado das regras de prevenção à covid-19, o chefe da nação também envereda por searas como o desrespeito à preservação do meio ambiente e das liberdades individuais, especialmente das minorias. E mesmo assim sua popularidade mantém-se alta.
Nesta primeira edição de 2021, o Brasília Capital abre o debate da sucessão do governador Ibaneis Rocha (MDB). O cientista político Marcus Caldas, do Instituto Exata, escreve artigo exclusivo, fazendo uma leitura do que espera o eleitor brasiliense nas urnas de 2022.