O trabalho de inspeção das equipes da Vigilância Ambiental para combater a dengue não cessou durante a pandemia. De janeiro a setembro deste ano, foram visitados 909.094 imóveis no Distrito Federal. Foi necessário tratar 48 mil depósitos nessas residências com uso de larvicida. A Secretaria de Saúde (SES) atua diariamente, com a participação de 700 profissionais, no extermínio dos focos do mosquito Aedes aegypti, que transmite dengue, febre amarela, chikungunya e zika.
909.094 imóveis foram vistoriados no DF, de janeiro a setembro
“Os principais criadouros do mosquito ainda são encontrados nas residências, principalmente nos quintais, em baldes sem tampa, vasilhas, pratos de plantas e caixas d’água destampadas”, alerta o secretário de Saúde, Osnei Okumoto. “Por isso, não se pode descuidar da atenção a pequenos reservatórios, como vasos de plantas, calhas entupidas, garrafas, lixo a céu aberto, bandejas de ar-condicionado, poço de elevador, entre outros.”
O DF tem, atualmente, 45.112 casos prováveis de dengue – número que representa aumento de 22,2% em relação ao mesmo período do ano passado. Já a quantidade de óbitos em consequência da doença, este ano, registra ligeira queda no comparativo com o mesmo período no ano passado: 44 mortes, em 2020, contra 48, em 2019. As regiões com maior número de casos são Ceilândia, Gama e Santa Maria.
Ações
Com o objetivo de reduzir a proliferação do Aedes aegypti e combater a dengue em todo o DF, o trabalho das equipes da SES abrange vigilância constante – ação que compreende visitas domiciliares –, controle larvário, atividades educativas, controle da população de mosquitos, assistência aos casos prováveis, encaminhamento de diagnósticos laboratoriais, tratamento do paciente e recuperação do imóvel contaminado.
“A Secretaria de Saúde trabalha de acordo com o que preconiza o Programa Nacional de Combate à Dengue, realizando vistorias diárias para levantamento e identificação do nível de infestação vetorial, e, em cima desse nível, desenvolve diversas metodologias de combate à dengue”, explica o subsecretário de Vigilância à Saúde, Divino Valero.
Quando há confirmação de casos, informa o subsecretário, as equipes fazem borrifação de larvicida em um raio de 300 m². “Em seguida, é feita investigação epidemiológica e, em cima dessa investigação, são tabulados os dados desta região, para o tratamento espacial”, relata.
Segundo Valero, os agentes de Vigilância Ambiental também estão colocando armadilhas para diminuir a quantidade de mosquitos. Ao adentrar o equipamento, o inseto sai impregnado pelo larvicida e, a partir daí, “contamina” outros depósitos, o que contribui para evitar a superpopulação de transmissores da doença.
Sala Distrital
Há uma coordenação entre diversos órgãos do GDF para o combate ao mosquito da dengue. A Sala Distrital Permanente de Coordenação e Controle das Ações de Enfrentamento às Doenças Transmitidas pelo Aedes (SDCC) foi formada para estruturar as atividades integradas a curto e longo prazo.
Nesta segunda-feira (19), foram retomadas as reuniões presenciais do grupo, que estavam ocorrendo no formato on-line devido à pandemia da Covid-19. Os representantes dos 15 órgãos que compõem a SDCC avaliaram o cenário da dengue no DF e discutiram quais são as contribuições de cada setor no combate ao Aedes, como inspeções domiciliares e mapeamento com uso de drones pelo Corpo de Bombeiros, recolhimento de sucatas com o DER, retirada de lixo e entulho pelo SLU e apoio operacional das administrações regionais.
“O trabalho de vigilância é preventivo para evitar que o mosquito sobreviva”, destaca Divino Valero. “Por isso, o trabalho desenvolvido por todos esses colegas é de suma importância. Precisamos desse apoio dos órgãos do GDF para atuar conjuntamente nos pontos mais críticos.”
* Com informações da SES