Depois de horas de tensão e do desabafo que fez nas redes sociais, na quarta-feira (13), a proprietária do restaurante Dona Jú Cozinha e Bar, de Ceilândia, conseguiu o queria: O nome limpo para ter acesso a empréstimo bancário e dar uma sobrevida ao seu negócio, que está fechado desde que começou a pandemia do novo coronavírus, e preservar o emprego de 52 funcionários que ela trata como “fihos”.
No vídeo divulgado na Internet, Jucélia Picussa contou o sofrimento de ter de demitir os colaboradores e não poder pagar as dívidas trabalhistas porque estava impedida de obter os empréstimos oferecidos a juros baixos pelas instituições financeiras aos empresários que tiveram de fechar as portas em razão da pandemia.
Chorando, ela conta que a multinacional Minerva Foods a protestou por causa de uma dívida R$ 4 mil e, por isso, não conseguia acessar os empréstimos. Com a ajuda de funcionários, conseguiu quitar a dívida. Todavia, a empresa não lhe enviava a carta de anuência, sem a qual continuava impedida de acessar os empréstimos.
No vídeo, emocionada, fez o desabafo de um problema que aflige milhões de pessoas jurídicas e físicas que, por uma má sorte, cai nas garras das dívidas bancárias. A Minerva não teve compaixão, afinal compaixão não dá lucro. Em vários telefonemas a multinacional alegava que não podia limpar o nome dela porque tudo estava fechado em razão do isolamento social.
No ato de desespero, a empresária soltou o vídeo na Internet e, no mesmo dia, entendeu que, embora o mercado financeiro opere por meio de pressão, há gente no planeta carregada de compadecimento. Em novo vídeo, divulgado na quinta-feira (14), ela conta que presenciou um show de solidariedade.
Com o rosto inchado de tanto chorar, ela voltou à telinha do Instagram e postou a mensagem de agradecimento. “Nunca imaginei que eu era uma pessoa tão querida. Sabe que você perceber que 52 funcionários têm chance de permanecer com você e pegar os que estão perdidinhos por aí. Muita gente me ligou de banco, do BRB, senador, deputado, cliente, professor perguntando se eu queria dinheiro emprestado. E chegou também na Minerva. Chegou onde eu queria: Na diretoria. O sr. Edson me ligou ontem [13/5], nove e meia da noite me garantindo que a carta estaria aqui hoje”.
No telefonema, ela conta que a Minerva se colocou à disposição e até perguntou o que ela queria para compensar o transtorno. E ela respondeu: “Não quero dinheiro. Quero que vocês peguem este caso, façam as reuniões de vocês por videoconferência e revejam todos esses casos como o meu, porque nós, pequenininhos, de baixo, se nós tivermos chance, se vocês irrigarem a gente, a gente vai sustentar a cadeia de vocês e manter vocês lá no topo. Revejam só esses processos”, deixou o apelo.