O pai da administração moderna, Peter Drucker, preconizava que tempos de crise demandam comportamento conservador – não no sentido de ideologias que orientam costumes, mas na sobriedade e cuidado no trato da economia. Ainda que consiga atingir os objetivos para a recuperação da nossa, o que é difícil de vislumbrar, o atual governo corre o risco de entrar para a história como aquele que criou caso contra a classe média, servidores públicos, aposentados e categorias profissionais inteiras – o que tem precedentes históricos recorrentes, um dos quais bem recente.
A insistência em considerar o Estado e os servidores públicos como problema e não como parte da solução é um erro crasso e recorrente que orienta uma série de medidas que estão sendo tomadas e anunciadas. A melhoria na qualidade da prestação dos serviços públicos é que deveria ser buscada e valorizada. Quem tem emperrado a máquina administrativa têm sido os gestores e não os executores das políticas públicas (muitas das quais equivocadas e até desastrosas) definidas pelos subsequentes governos.
A reforma administrativa proposta pela equipe do Ministério da Economia se mostra como mais um repositório de equívocos até mesmo ao escancarar a pretensão de beneficiar diplomatas, o Judiciário e o Legislativo. Assim estabelecendo um real nicho de concentração de privilégios.
Com uma renúncia fiscal gigantesca e que nunca redundou em contrapartida nem mesmo para a redução do desemprego, diz-se que não se vai aumentar impostos, mas se ataca a renda do trabalhador (púbico e privado) e até o benefício social do desempregado – um empobrecimento geral anunciado, que nos traz de volta a Peter Drucker a quem se atribui o seguinte discurso sobre nosso país: “Não sou especialista em Brasil, mas uma coisa estou habilitado a dizer: Não creiam que mão de obra barata ainda seja uma vantagem.