A mancha de óleo que poluiu o Lago Paranoá na manhã de 17 de outubro de 2012 foi proveniente de hidrocarbonetos presentes em asfalto das obras de recapeamento da Asa Norte. O produto foi arrastado para o reservatório de água pela chuva que caiu naquela madrugada.
A conclusão consta do laudo técnico do químico ambiental Elias Divino Saba, apensado ao inquérito que tramita na 5ª Vara Criminal de Brasília, e corrobora com o parecer do professor Sérgio Botelho, da Universidade Federal de Goiás (UFGO), que já constava do inquérito.
O inquérito investiga as causas do desastre ambiental, pois há também a suspeita de que a mancha teria sido causada pelo derramamento de óleo das caldeiras do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN).
À época, o Brasília Capital foi o único veículo de comunicação a recolher amostras do óleo derramado no Paranoá. O jornal solicitou a análise do material ao laboratório de uma empresa de pavimentação prestadora de serviços ao GDF. O então responsável pela editoria Navegar, já extinta, João Carlos Bertolucci, apurou que o solvente encontrado no espelho d’água era tolueno, cuja fórmula química é C6H5CH3. Já o solvente do óleo usado nas caldeiras do HRAN é o benzeno (C6H6).
O laudo de Elias Divino Saba agora confirma o resultado e pode reverter a sentença imposta em primeira instância contra a Técnica Construção Comércio e Indústria, responsável pela manutenção das caldeiras do HRAN, que foi condenada a pagar uma multa de R$ 1 milhão. “Finalmente, pode-se fazer justiça. Temos certeza de que não somos os responsáveis por aquele dano ao meio ambiente”, comemora o dono da empresa, Jair Rodrigues da Costa (foto).