Quarenta e três por cento dos 162 alunos do Centro de Ensino Médio Integrado à Educação Profissional (Cemi) do Gama que fizeram o Programa de Avaliação Seriada (PAS) 2018 e o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2018 passaram com notas elevadas. Ou seja, 66 estudantes passaram na primeira chamada para a Universidade de Brasília e outras instituições de ensino superior dentro e fora do Distrito Federal.
A previsão de Lafaiete Formiga, professor de matemática e diretor do Cemi, é de que, em março, com a segunda chamada do PAS, o número se eleve para 80 estudantes. Ele comemora, e diz que, além do esforço dos (as) estudantes, há vários fatores que corroboram o resultado positivo.
Um deles é que o Cemi é uma escola de Ensino Médio de Tempo Integral (EMTI), com o número de aulas superior ao das demais escolas da rede pública e um corpo docente dedicado, que investe em programas de iniciação científica, projetos e trabalhos que exigem dos (as) 460 alunos tempo, dedicação e estudo.
Português é uma das disciplinas que têm pelo menos quatro aulas a mais do que as demais, além de atividades culturais fora da escola, que ocorrem no Plano Piloto. Outro aspecto é o fato de ter recebido investimentos financeiros em 2018. Ainda que precários, os recursos que entraram no ano passado resultaram no sucesso dos estudantes. O Cemi recebeu todas as parcelas do PDAF, além de recursos de emendas parlamentares da Câmara Legislativa.
O Cemi também é sucesso na inclusão de pessoas com deficiência. Em 2018, recebeu 11 estudantes especiais e vários deles sobressaíram nos exames. Paulo Damasceno brilhou no PAS. “Quem vê o Paulo não diz que ele é autista. É um protagonista dos saraus culturais e outras atividades em que se revela uma pessoa integrada, feliz e capaz de produzir conhecimento. O desempenho dele e dos outros especiais comoveu os (as) professores (as). Paulo é um dos que superaram de tal forma o autismo que a mãe veio à escola agradecer o desenvolvimento do filho”, conta o diretor.
Formiga diz que, apesar de ter recebido todas as parcelas do PDAF e algumas emendas da CLDF, a escola ainda carece de recursos financeiros. “Precisamos de uma quadra coberta e de um espaço para instalar o redário, para o descanso dos (as) estudantes que passam o dia na escola”.
Cleber Soares, diretor do Sinpro-DF, afirma que “o Cemi é um exemplo de escola que, com menos recursos financeiros conseguiu superar todas as escolas militarizadas do país nas avaliações de conhecimento. Provou que não é preciso substituir professores por policiais e que, o necessário mesmo é ampliar todos os tipos de investimentos e fazer a escola pública funcionar com os recursos financeiros a que tem direito”.