O presidente da Casa Rafael Prudente. Foto: Silvio AbdonDurante toda
a quinta-feira (24), os deputados distritais se desdobraram em discussões acaloradas
sobre a criação do Instituto de Gestão
Estratégica da Saúde (IGESDF), uma ampliação do modelo proposto pelo
ex-governador Rodrigo Rollemberg (PSB) para o Hospital de Base. O projeto, que
tramitou no mesmo dia em caráter de urgência em quatro comissões, foi aprovado em
sessão extraordinária no começo da noite com o apoio de 14 parlamentares.
A vitória do
Buriti ocorreu em meio a desgastes com a Câmara Legislativa, após intenso trabalho
de articulação comandado pessoalmente pelo vice-governador Paco Britto (Avante).
Se a aprovação do projeto, por si só, já é um grande mérito, o governador Ibaneis
Rocha (MDB) pode comemorar a consolidação de uma base aliada ampla e
consistente.
Dos 24
deputados, apenas Agaciel Maia (PR) e Rodrigo Delmasso (PRB) não atenderam à
convocação, por estarem fora de Brasília. Dos 22 presentes, os dois filiados ao
PSB do ex-governador votaram a favor. Ainda que pudessem ser considerados
oposição à atual gestão, José Gomes e Roosevelt Vilela foram compelidos a votar
a favor do projeto, uma vez o modelo é herança dos socialistas.
João Cardoso foi contrário ao projeto, embora seja do partido do vice-governador, o Avante. Foto: Silvio Abdon-CLDFA oposição, formada pelos petistas Arlete Sampaio e Chico Vigilante, por Leandro Grass (Rede), Fábio Felix (Psol) e Júlia Lucy (Novo) foi endossada por Reginaldo Veras (PDT), colega de partido do líder do governo, Cláudio Abrantes. Também ficaram contra a iniciativa do GDF os novatos por Jorge Vianna (Podemos) – enfermeiro da Secretaria de Saúde – e João Cardoso (Avante, correligionário de Paco Britto).
Veras disse
ao Brasília Capital que se manterá
independente em relação à gestão Ibaneis. “Não vou ser influenciado nem por
líder de governo, nem por partido, nem por ninguém. É uma posição de
independência, não de neutralidade. Se o projeto for bom para a sociedade, terá
meu apoio. Caso contrário, farei as críticas pertinentes”.
Para o
Buriti, a mudança de voto do deputado do Avante foi uma surpresa. Segundo o
governador, o correligionário de seu vice foi extremamente prestigiado pela
gestão e espera que o parlamentar contribua em próximas votações. Com a chegada
de projetos polêmicos que envolvem a categoria do parlamentar – que é
professor, a postura de Cardoso ainda é uma incógnita no plenário.
Oposição barulhenta
Dentre os
deputados que votaram contra o projeto do Buriti, ganharam destaque os
iniciantes Fábio Felix (PSol), Júlia Lucy (Novo) e Leandro Grass (Rede). Ao
longo da semana, o parlamentar do Psol fez diversas manifestações apresentando
consternação com o caráter urgente de votação de grande impacto no SUS. Ele
entrou com mandado de segurança no TJDFT para barrar o PL e tentou retirar o
projeto da pauta. Lucy e Grass apresentaram emendas ao projeto e fizeram duras
considerações no plenário.