A sucessão de Adelmir Santana ainda causa discórdia na Federação do Comércio (Fecomércio-DF). O ex-presidente renunciou no dia 7 deste mês e o primeiro-vice, Francisco Maia, foi confirmado no cargo na sexta-feira (18). No entanto, um grupo de filiados à entidade questiona a decisão e vai recorrer à Confederação Nacional do Comércio (CNC). Uma das possibilidades é uma intervenção na entidade brasiliense. A reunião está marcada para quinta-feira (24).
Carta encaminhada ao presidente da CNC, José Roberto Tadros, aponta violação ao artigo 49, inciso I, da Fecomércio-DF, cuja redação é idêntica ao artigo 26, inciso I, do estatuto da Confederação Nacional. Ou seja, em caso de vacância do cargo de presidente, nova eleição deve ser realizada no prazo de trinta dias para completar o restante do mandato.
No entanto, aproveitando uma brecha no regulamento, Francisco Maia convocou o Conselho de Representantes, formado pelos presidentes dos 26 sindicatos filiados e, por 16 votos a 10, foi confirmado no cargo, no dia 18. “O CR pode preencher lacunas legais ou normativas, mas não podia ignorar a regra cristalina do inciso I, pelo qual novas eleições haveriam de ser marcadas num prazo de 30 dias”, diz a carta enviada a Tadros.
O texto encerra pedindo à instância máxima do Sicomércio a “adoção de medidas que restabeleçam a ordem e o cumprimento do estatuto no âmbito da Fecomércio-DF”. E acentua: “é possível colher elementos que corroborem a tese de que um grupo de dirigentes tenta encontrar meios de permanecer conduzindo os destinos da Fecomércio, apesar das circunstâncias claramente indicarem que já não existem as condições adequadas de governabilidade.
Renúncia – Pelo menos quatro presidentes de sindicatos filiados à Fecomércio pediram afastamento temporário de suas funções em protesto contra a confirmação do aliado de Adelmir Santana no comando da entidade: Alexandre Augusto (Sindilab), José Aparecido da Costa Freire (Sindipel), José Geraldo Dias Pimentel (Sindicondomínio) e Hélio Queiroz (Sindifotógrafos).
O Brasília Capital não conseguiu contato com o presidente da Fecomércio, Francisco Maia. Mas pessoas próximas a ele disseram achar difícil que o grupo descontente tenha sucesso em sua empreitada porque “o estatuto previa essa forma de sucessão”.