Exorcizando as ziquiziras políticas deste mês, provocadas pelo presidente Michel Temer (**), ainda “interino”, embora se considere “definitivo”, mesmo já tendo perdido três ministros denunciados como corruptos em pouco mais de um mês, fiz questão de optar e usufruir as benesses de duas datas de bem-estar: 12, o Dia dos Namorados; e 22, quando o calendário me informou que, exatamente, há 42 anos minha existência mudou do mais-ou-menos para o viver-maravilha! Deixemos de subterfúgios e esclareçamos aos leitores destas mal traçadas linhas: trata-se do meu 42° aniversário de casamento com minha mulher Lêda Maria, conferindo com a letra do samba imortal de Ary Barroso:
“Na Baixa do Sapateiro, eu encontrei um dia, a morena mais frajola da Bahia!…”
Nestes dois eventos, cuja protagonista, por mera coincidência, é morena frajola e que certo dia a encontrei também na Baixa do Sapateiro, onde se localizava o então Jornal da Bahia, ela jovem foca e eu chefinho de Redação, quando desfrutamos de uma inesquecível Lua de Mel naquela manhã de sábado, 22 de junho de 1974: saímos correndo da igreja para fechar a edição de nosso combativo matutino, que, à época, enfrentava o tirano Antônio Carlos Magalhães, governador “nomeado” pelo ditador-general Ernesto Geisel.
Ao contrário daquele ano, desta vez sobrou bastante tempo para comemorarmos, condignamente, essas gratas lembranças que transformaram este friorento junho em Mês do Amor. Mas como nem tudo tem odor de pétalas de rosas, só houve dois pequenos impasses para presentear a minha bem-amada: a ausência de grana no bolso e ídem no cofre da Caixa, na qual recebo no quarto dia útil (depois do fim de mês) pouco mais de dois salários mínimos, aliás, o que é extensivo a outros profissionais liberais que trabalham de fato, à exceção dos milionários deputados, senadores e magistrados, que só comparecem ao Congresso às Cortes três dias por semana.
Mas chega de chororô, já que estamos falando de amor. Até porque resolvi a contento os dois probleminhas: no primeiro caso, escrevendo uma crônica intitulada “Porque eu te amo!”, colocando-a numa vistosa moldura; e no segundo, com o beijo matinal de feliz aniversário!
(**) Eis aí um tipo de “vice” (indesejável), tramando pelas costas contra a presidente que o legitimou com milhões de votos, que ele jamais teria.
Sai dessa, Fernando!
Um simples pedido a São Pedro
Ah, esses maravilhosos octogenários adolescentes!