Recém-exibido em Locarno, A destruição de Bernardet poderá ser visto em primeira mão no Brasil durante o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que vai acontecer no Cine Brasília de 20 a 27 de setembro
Jean-Claude Bernardet: 80 anos de reinvenção. O belga-francês naturalizado brasileiro, um dos maiores críticos cinematográficos brasileiros, professor, autor e ator oferece lições diárias de vida. Tendo recém-completado 80 anos de idade (no último dia 2 de agosto), Jean-Claude Bernardet talvez esteja em uma de suas fases mais produtivas, atuando em cinema, sendo tema de livros e programando a direção de uma minissérie. Bernardet é tema do longa-metragem A destruição de Bernardet, que será exibido em Sessão Especial hors concours dentro da programação do 49º FESTIVAL DE BRASÍLIA DO CINEMA BRASILEIRO. O filme dirigido por Claudia Priscilla e Pedro Marques poderá ser visto às 19h do dia 22 de setembro, no Cine Brasília, e às 17h30 do dia 23, no Cine Cultura Liberty Mall, com entrada franca. Os diretores e o protagonista participam de debate no dia seguinte à exibição no Cine Brasília.
Biografia pouco convencional, que mistura ficção e realidade, A destruição de Bernardet foi recentemente exibido no Festival de Locarno, dentro da Mostra Histoire(s) du Cinéma, acompanhado do curta Compêndio da Vida de um Homem Gasto e o Seu Último Desejo Perante Ela, de Eugênio Puppo e Ricardo Carioba, ficção também protagonizada por Jean-Claude Bernardet. O longa-metragem aborda o pensamento do ator/pensador e sua opção de, aos 70 anos de idade, deixar toda atividade intelectual para se dedicar ao trabalho de interpretação. Os diretores Claudia Priscilla e Pedro Marques propõem um jogo em que Jean-Claude encena passagens ficcionais e conversa com pessoas essenciais na sua trajetória, sobre a qual reflete de maneira muitas vezes irônica.
Jean-Claude Bernardet é um dos mais influentes nomes do cenário cinematográfico brasileiro. Professor Emérito da ECA-USP e autor de obras referenciais como Brasil em Tempo de Cinema e Cineastas e Imagens do Povo, o teórico, cineasta, roteirista, ator está sendo homenageado também com a exposição Bernardet em Cartaz, realizada pelo MIS – Museu da Imagem e do Som de São Paulo, reunindo 15 cartazes originais de filmes dos quais participou, seja como ator, diretor ou roteirista, ao longo de mais de 50 anos de atuação no cinema brasileiro. Bernardet ainda será tema de um livro a ser lançado pela ABRACCINE – Associação Brasileira de Críticos de Cinema -, da qual é membro ativo. E, de quebra, se prepara para dirigir uma minissérie sobre a judicialização da política brasileira. Jean-Claude Bernardet participa de conversa aberta ao público, a partir das 11h30 do dia 23 de setembro, no hotel sede do Festival, com mediação do curador Eduardo Valente.
O 49º FESTIVAL DE BRASÍLIA DO CINEMA BRASILEIRO é presidido pelo Secretário de Cultura Guilherme Reis, com coordenação geral de Sérgio Fidalgo (Coordenador de Audiovisual), tendo Graça Coutinho como coordenadora adjunta e Eduardo Valente como curador. Integram, ainda, a comissão de organização do Festival, o crítico e professor de cinema, Sérgio Moriconi, e a professora de cinema da UnB, Tânia Montoro. Patrocínio do BNDES, Petrobras, Terracap e Banco de Brasília – BRB. Apoio da Lei de Incentivo à Cultura, Câmara Legislativa do Distrito Federal, Canal Brasil, Revista de Cinema, O2Pós, TV Globo. Realização: Secretaria de Cultura do DF.
SINOPSE
A DESTRUIÇÃO DE BERNARDET
Direção Claudia Priscilla e Pedro Marques
documentário, 72min, 2016, SP
Jean-Claude Bernardet está velho e doente. O maior crítico de cinema vivo do Brasil se reinventa através da sua própria destruição. O filme, que transita entre a ficção e o documentário, utiliza dispositivos inusitados para acionar a memória da personagem e narrar a trajetória de um intelectual que se transforma em ator aos 70 anos. Não se trata de uma biografia convencional e sim de um projeto construído com o próprio personagem ao longo da filmagem. Um ensaio sobre a apropriação do próprio corpo na velhice.
Elenco Jean-Claude Bernardet, Vania Debs, Tata Amaral, Kiko Goifman e Cristiano Burlan
Produção executiva Evelyn Margareth Barros
Roteiro Claudia Priscilla e Kiko Goifman
Fotografia Pedro Marques
Montagem Pedro Marques e Guile Martins
Trilha sonora Livio Tragtenberg
Música original Livio Tragtenberg
Produtora Paleoteve Produção Cultural Ltda
CLAUDIA PRISCILLA – é diretora, roteirista e produtora, nasceu em 1972. Mora em São Paulo. Jornalista de formação, iniciou sua carreira na área cinematográfica realizando curtas-metragens. Seu primeiro longa foi o documentário Leite e ferro, sobre a maternidade na prisão. Em parceria com Kiko Goifman, dirigiu também o longa Olhe pra mim de novo, um road movie pelo sertão do Nordeste brasileiro, protagonizado por um homem transexual. O foco de seu trabalho como diretora é a discussão de gênero.
PEDRO MARQUES – é diretor, montador e diretor de fotografia. Formado em cinema, iniciou sua carreira como montador e fotógrafo de documentários de longa-metragem como Olhe pra mim de novo (2011) e Leite e ferro (2010). Seu primeiro filme foi o curta Vestido de Laerte (2012), vencedor do prêmio de melhor filme em sua categoria no 45º Festival de Cinema de Brasília.
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA 12 ANOS
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