35 mil professores da rede pública do DF deixarão de iniciar o ano letivo para reivindicar pagamentos atrasados. GDF não melhora proposta e deixa 450 mil alunos fora da escola. 10 mil vão à assembleia
- Advertisement -
O ano letivo de 450 mil alunos da rede pública do DF não começa na segunda-feira (23), conforme prevê o calendário escolar de 2015 da Secretaria de Educação. Com salários atrasados, inclusive o 13º, que deveria ter sido pago em dezembro, em vez de ir para as salas de aula, os professores vão para a assembleia, convocada pelo sindicato da categoria para às 10h, na Praça do Buriti.
A expectativa do Sinpro é de que no mínimo 30% dos 35 mil professores participem da assembleia. “Há um sentimento de indignação e de preocupação”, constata Rosilene Correa, diretora do sindicato. Ela não antecipa a possível deflagração de uma greve, mas admite que esta é uma possibilidade a ser avaliada e decidida soberanamente pela assembleia.
“Aguardaremos até o momento da assembleia por uma proposta do governo. A greve não é boa para ninguém – nem para o sindicato, nem para o GDF e muito menos para os professores, alunos e pais”, pondera. Mas Rosilene Correa avalia que o parcelamento dos pagamentos proposto pelo governo aprofunda os prejuízos dos professores. “O GDF tem como melhorar a proposta para evitar a radicalização”, acredita.
O chefe da Casa Civil, Hélio Doyle, diz que a decisão de paralisar as atividades é dos professores e que o GDF não tem como melhorar a proposta. Segundo ele, a única forma de pagar a dívida com os professores – em torno de R$ 120 milhões – é a Antecipação de Receita Orçamentária (ARO). A proposta, no entanto, levaria alguns meses para ser viabilizada, após uma dura negociação com instituições financeiras, e o dinheiro só estaria disponível para os professores por volta de junho.
Rosilene Correa contesta. Segundo ela, o GDF poderia remanejar os R$ 120 milhões de outras áreas para pagar os professores e cobrir essa defasagem quando os recursos da ARO forem creditados. “O governo está perdendo uma grande oportunidade de conquistar a confiança da categoria e da população. Nós estamos falando é de direito, de salário, de trabalhador”, dispara ela, que pede a compreensão dos pais de alunos, “que também são trabalhadores”, para a posição dos professores.