Onze prefeitos de capitais foram eleitos em primeiro turno. Desses, somente um deles não havia sido reeleito: o médico Silvio Mendes (União Brasil), em Teresina, Piauí. Entre os outros dez, há uma característica em comum: os mandatos bem avaliados – o que é, entre outros aspectos, fruto de um bom trabalho de comunicação.
Aquele que está no mandato tem um trunfo nas mãos, que é a possibilidade real de melhorar a vida das pessoas. Além disso, pode (e deve!) mostrar que aquelas mudanças passaram pelas mãos do mandatário.
Os prefeitos eleitos pela primeira vez em outubro deste ano terão que considerar as novas características do mundo. Hoje, o político precisa, necessariamente, estar disposto a gravar e compartilhar seus resultados de frente com as câmeras.
Terceirizar essa responsabilidade não é mais uma opção, é a certeza de maus resultados nas eleições futuras. E, não adianta negar: todo político termina uma eleição pensando na próxima.
Vide Pablo Marçal, que ficou fora do segundo turno em São Paulo e, em uma tacada de mestre, convidou os dois primeiros colocados, seus dois adversários, para uma entrevista.
Ricardo Nunes recusou, mas Guilherme Bolous topou. E Marçal surpreendeu a todos, mostrando-se equilibrado, agindo somente como entrevistador, sem repetir canalhices que produziu nos debates da TV.
Guilherme (assim Marçal tratou Boulos durante todo o papo) teve uma oportunidade de ouro de conversar com o público do ex-coach.
Com a manobra, Marçal teve a chance de sinalizar para o eleitor de centro-direita (que optou por Nunes justamente pela sua postura questionável em muitos momentos) de que sabe se postar de forma mais equilibrada, quando necessário.
Boulos, por sua vez, tentou se livrar do ranço do radicalismo, e aproveitou as horas falando com o povo que “fez o M de Marçal”.
Ambos estão de olho em 2026. (E muitos outros visam 2028). O que importa é que nada é melhor para pavimentar uma campanha do que o tempo até lá.
E para os prefeitos eleitos, nada será mais proveitoso do que um mandato bem comunicado.