Caroline Romeiro (*)
Raiane Oliveira de Araújo (**)
As Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, publicadas em 2025 pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), trazem uma mudança importante: a pressão de 120×80 mmHg, antes considerada normal, passa a ser um marco de atenção.
Agora, valores entre 120–139 mmHg de sistólica e/ou 80–89 mmHg de diastólica são classificados como pré-hipertensão, reforçando a necessidade de cuidados preventivos já nos estágios iniciais.
Essa atualização acompanha um movimento internacional. Diretrizes europeias e norte-americanas também vêm reduzindo os limites de normalidade, não com o objetivo de ampliar o uso de medicamentos, mas de chamar atenção para o risco cardiovascular que se inicia antes mesmo do diagnóstico de hipertensão estabelecida.
O foco, portanto, é a mudança de hábitos de vida. Entre as recomendações centrais estão a prática regular de atividade física, a redução do consumo de sal e de ultraprocessados e a adesão a padrões alimentares protetores, como a dieta DASH e a dieta mediterrânea.
Estudos mostram que essas medidas podem reduzir em até 50% a progressão da pré-hipertensão para hipertensão, tornando a alimentação e o estilo de vida protagonistas no cuidado com o coração.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a hipertensão atinge 1,28 bilhão de pessoas no mundo, e metade desconhece o diagnóstico. No Brasil, o Ministério da Saúde estima que mais de 30% da população adulta viva com a doença, responsável por grande parte das internações e mortes cardiovasculares.
Nesse cenário, a mensagem é clara: 120×80 mmHg deixou de ser sinônimo de normalidade e deve ser encarado como um convite à prevenção. Caminhar, controlar o peso, reduzir o álcool e manter uma alimentação equilibrada podem render anos de vida com mais saúde.
(*) Técnica de Nutrição do Conselho Federal de Nutrição e Docente do Curso de Nutrição da Universidade Católica de Brasília (UCB) – Revisora do texto
(**) Estudante do 8º semestre de Nutrição da UCB – Autora do texto