Filomena Madeira
Afastado por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, na noite de 8 de janeiro, o governador passou 66 desses 100 primeiros dias do segundo mandato atravessando o vale da sombra e da morte política: sem poder participar de absolutamente nada da gestão distrital, teve que assistir à vice-governadora, Celina Leão (PP), ganhar protagonismo e peso no tabuleiro político do DF.
Conhecida pela simpatia, disposição e notória ambição política, Celina aproveitou cada momento em que esteve no comando do GDF: inaugurou obras, costurou o distensionamento político do Ministério da Justiça com as forças de segurança locais e se articulou com o Legislativo federal para manter o Fundo Constitucional no formato vigente. Para bom entendedor, meia palavra basta: Celina deixou claro que não é “vice decorativa” e tem cacife político para comandar o GDF. Ibaneis tem consciência disso.
Obras de impacto e reajuste para servidores
De volta ao Buriti, anunciou a construção dos hospitais do Recanto das Emas, do Guará e de São Sebastião e o reajuste de 18% para os servidores distritais, que não têm aumento linear desde 2013. E exigiu o incremento dos programas GDF Presente e Renova DF e passou a visitar trabalho em campo.
Ao “puxar no laço” das ações governamentais, Ibaneis deseja retomar a preponderância política que ostentava antes do fatídico dia 8 de janeiro. Com obras de grande porte em estágio avançado, como o túnel de Taguatinga e os viadutos da EPIG e de Sobradinho, terá oportunidade de recuperar seu protagonismo político desidratado durante o período que ficou fora do governo.
Contudo, analisando o potencial estrago que o afastamento poderia ter causado, a realidade é que Ibaneis saiu com saldo positivo: as investigações no STF indicam que ele deve sair do processo sem maiores implicações.